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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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3.2 A IMPORTÂNCIA DO ARTESANATO<br />

O artesanato está presente <strong>em</strong> todas as culturas conhecidas e é importante para o<br />

entendimento da história <strong>de</strong> cada socieda<strong>de</strong>. De acordo com Soto (2003, p. 36), “a produção<br />

artesanal é uma expressão intimamente ligada à cultura popular, pois é uma resposta às<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um povo ou região e perpetua os traços<br />

característicos da cultura que a gera”. Jongerward (2002) l<strong>em</strong>bra que os métodos<br />

tradicionais e as diversas formas <strong>de</strong> artesanato reflet<strong>em</strong> milênios <strong>de</strong> adaptação cultural e<br />

mudanças que ocorr<strong>em</strong> na interface entre culturas, gerações e indivíduos.<br />

A cultura popular sobrevive graças à prática contínua e à transmissão <strong>de</strong> geração <strong>em</strong><br />

geração, por imitação e observação direta. “Diferent<strong>em</strong>ente da cultura elitista, diss<strong>em</strong>inada<br />

através da educação formal e dos meios <strong>de</strong> comunicação controlados pelos <strong>de</strong>tentores do<br />

po<strong>de</strong>r político, a cultura popular precisa do contato direto entre as partes para difundir-se”<br />

(SOTO, 2003, p. 32). Dessa forma vai, com o passar do t<strong>em</strong>po, constituindo as tradições.<br />

Entre os teóricos que estudam as questões do artesanato, Novelo (2003) distingue<br />

aqueles que acreditam que, para manter as tradições, o artesanato <strong>de</strong>ve ficar intocado,<br />

daqueles que cre<strong>em</strong> ser necessário mudar e aten<strong>de</strong>r o mercado consumidor s<strong>em</strong> se importar<br />

com o significado do fazer artesanal para <strong>de</strong>terminada comunida<strong>de</strong>, geralmente muito além<br />

<strong>de</strong> um simples meio <strong>de</strong> vida. Soto (2003, p. 36) afirma que, se o artesanato se <strong>de</strong>senvolveu<br />

para aten<strong>de</strong>r necessida<strong>de</strong>s humanas, então, “os artesãos que <strong>de</strong>ram orig<strong>em</strong> à tradição<br />

artesanal tiveram por força que conhecer as necessida<strong>de</strong>s que motivaram seu trabalho e<br />

buscar solução para as mesmas”. Em outras palavras, tiveram que pensar e planejar como<br />

configurar um objeto e estudar a forma <strong>de</strong> fazê-lo. Afirma, ainda, não ser possível manter a<br />

tradição intacta como uma relíquia, pois como está inserida num contexto dinâmico, vai se<br />

modificando com o t<strong>em</strong>po, s<strong>em</strong> por isso per<strong>de</strong>r seu valor ou significado:<br />

[...] o razoável é observar a tradição, mas admitindo-se inevitáveis e<br />

frequent<strong>em</strong>ente boas inovações. O ser humano, <strong>em</strong> termos individuais e coletivos,<br />

vive s<strong>em</strong>pre o presente, ou uma sequência <strong>de</strong> presentes, mas necessariamente<br />

esses presentes estão configurados pelo passado (2003, p. 32).<br />

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