Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
indivíduo, ainda que restaurada no grupo, na oficina, na comunida<strong>de</strong> ou na socieda<strong>de</strong> como<br />
um todo. Em síntese, houve uma separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual.<br />
Marx, quando trata disso, diz que “numa família e posteriormente numa tribo surge a<br />
divisão natural do trabalho, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> das diferenças <strong>de</strong> sexo e <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, uma divisão <strong>de</strong><br />
base puramente fisiológica. Essa divisão amplia seus el<strong>em</strong>entos com a expansão da<br />
comunida<strong>de</strong>, com o crescimento da população e notadamente com o conflito entre as<br />
diversas tribos e a subjugação da outra” (MARX, 2008, p. 406).<br />
Mészáros vai um pouco além quando cita Gramsci 48 :<br />
Des<strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos im<strong>em</strong>oriais o hom<strong>em</strong> foi simultaneamente muitas coisas, <strong>de</strong> tecelão a<br />
construtor e outras coisas combinadas, o que resultou na divisão social do trabalho. Esta<br />
divisão po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma característica inerente ao trabalho humano, assim que ele<br />
se converte <strong>em</strong> trabalho social, isto é, executado pela socieda<strong>de</strong> e por meio <strong>de</strong>la<br />
(BRAVERMAN, 1987). Assim foi até a Revolução Industrial, cada ofício ou profissão<br />
constituíam uma unida<strong>de</strong> básica no processo <strong>de</strong> trabalho. Cada trabalhador era <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />
um acervo <strong>de</strong> conhecimentos, o que representava seu real patrimônio. Foi a partir <strong>de</strong>ste<br />
período que tiveram início outras formas <strong>de</strong> divisão do trabalho.<br />
Para Marx,<br />
48 Gramsci, Antonio. The formation of intellectuals. In The Mo<strong>de</strong>rn Prince and Other Writings. Londres,<br />
Lawrence and Wishart, 1957, p. 121)<br />
166<br />
Mesmo dividida não há nenhuma ativida<strong>de</strong> humana da qual se possa excluir<br />
qualquer intervenção intelectual – o Homo faber não po<strong>de</strong> ser separado do Homo<br />
sapiens. Além disso, fora do trabalho, todo hom<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolve alguma ativida<strong>de</strong><br />
intelectual; ele é, <strong>em</strong> outras palavras, um “filósofo”, um artista, um hom<strong>em</strong> com<br />
sensibilida<strong>de</strong>; ele partilha uma concepção do mundo, t<strong>em</strong> uma linha consciente <strong>de</strong><br />
conduta moral e, portanto, contribui para manter ou mudar a concepção <strong>de</strong><br />
mundo, isto é, para estimular novas formas <strong>de</strong> pensamento (MÉSZÁROS, 2006, p.<br />
49).