Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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o capitalismo, os processos <strong>de</strong> produção são constant<strong>em</strong>ente transformados com o objetivo<br />
último <strong>de</strong> acumular capital; para os trabalhadores isso se reflete nas mudanças nos<br />
processos <strong>de</strong> trabalho e na redistribuição do trabalho entre ocupações e ativida<strong>de</strong>s,<br />
revelando os conflitos existentes entre os que executam o processo e aqueles que se<br />
beneficiam <strong>de</strong>le (BRAVERMAN, 1987).<br />
Outro aspecto é que, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se exig<strong>em</strong> maiores níveis <strong>de</strong><br />
instrução, o trabalho repetitivo nos diversos setores, da fábrica ao escritório, gera uma<br />
insatisfação crescente. Tornou-se tão subdividido <strong>em</strong> operações mínimas, que não <strong>em</strong>penha<br />
as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pessoas que possuam níveis normais <strong>de</strong> instrução, alienando contingentes<br />
cada vez maiores <strong>de</strong> trabalhadores.<br />
Aparent<strong>em</strong>ente, o principal aspecto a ser discutido é a capacida<strong>de</strong> humana<br />
subutilizada ou, melhor dizendo, utilizada parcialmente no sist<strong>em</strong>a capitalista. Se o ser<br />
humano t<strong>em</strong> uma capacida<strong>de</strong> superior à do animal, que lhe permite conceber e executar,<br />
quando se separa estas duas capacida<strong>de</strong>s, ocorre a subutilização. Mas, como visto<br />
anteriormente, nos três princípios <strong>de</strong> Taylor, esta é a condição para que o trabalho no<br />
capitalismo possa custar menos e produzir mais. Isso se dá porque, na prática, a soma do<br />
valor atribuído à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada trabalhador <strong>em</strong> executar uma <strong>de</strong>terminada tarefa é<br />
menor do que o valor a ser pago a um trabalhador que usasse integralmente seu potencial<br />
executando o trabalho como um todo. Ou seja, a divisão técnica do trabalho aumenta a<br />
produtivida<strong>de</strong>. Isso se aplica não apenas ao trabalhador braçal, mas a todos os níveis,<br />
inclusive à gerência, a qu<strong>em</strong> fica reservado o estudo dos processos <strong>de</strong> trabalho e não o<br />
trabalho <strong>em</strong> si.<br />
Esta situação é facilmente observável, uma vez que, por ex<strong>em</strong>plo, ao <strong><strong>de</strong>partamento</strong><br />
<strong>de</strong> projetos fica a incumbência <strong>de</strong> planejar e <strong>de</strong>senvolver os <strong>de</strong>senhos do produto, mas <strong>de</strong><br />
forma alguma lhe é atribuída a função <strong>de</strong> fabricá-lo, muitas vezes n<strong>em</strong> mesmo <strong>em</strong> nível <strong>de</strong><br />
protótipo 49 .<br />
Mészáros (2006, p. 80) afirma que a ativida<strong>de</strong> produtiva forma o corpo inorgânico do<br />
hom<strong>em</strong>. Como consequência da alienação, o “corpo inorgânico do hom<strong>em</strong> aparece<br />
49 É relativamente comum que, ao <strong>de</strong>senvolver um produto, caiba ao <strong>de</strong>signer representá-lo <strong>em</strong> três<br />
dimensões. A estas representações po<strong>de</strong>-se chamar <strong>de</strong> maquetes, mo<strong>de</strong>los ou mock-ups, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />
escala e do acabamento e precisão <strong>em</strong> que são <strong>de</strong>senvolvidas. A forma mais elaborada <strong>de</strong> representação, que<br />
<strong>em</strong> geral correspon<strong>de</strong> à primeira peça do produto <strong>de</strong>senvolvido, chama-se protótipo e, na maioria das vezes,<br />
não é executado pelo <strong>de</strong>signer.<br />
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