Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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Marx faz menção ao conceito <strong>de</strong> metabolismo para <strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> trabalho<br />
como um processo pelo qual o hom<strong>em</strong>, por meio <strong>de</strong> suas ações, me<strong>de</strong>ia, regula e controla o<br />
metabolismo entre ele mesmo e a natureza. Consi<strong>de</strong>ra também que, <strong>em</strong> função <strong>de</strong>ssas<br />
relações, po<strong>de</strong> ocorrer uma falha metabólica no processo (FOSTER, 2005, p. 201).<br />
Já <strong>em</strong> O Capital, Marx 9 trata da sustentabilida<strong>de</strong> quando escreve que:<br />
Resumindo, Marx consi<strong>de</strong>rou que as formas <strong>de</strong> produção social <strong>de</strong>terminam as<br />
relações <strong>de</strong> troca entre o hom<strong>em</strong> e a natureza e que, a prepon<strong>de</strong>rância da população urbana<br />
sobre a rural, consequência do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção capitalista, gera uma ruptura da<br />
condição natural <strong>de</strong> transformação, necessária à conservação do ambiente natural. Para os<br />
antropocentristas marxistas, a sustentabilida<strong>de</strong> está vinculada intimamente com a forma <strong>de</strong><br />
produção estabelecida.<br />
Marx afirmou ainda que:<br />
[...] a produção capitalista congrega a população <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s centros e faz com que<br />
a população urbana prepon<strong>de</strong>re sobre a rural [...] <strong>em</strong> consequência congrega a<br />
força-motivo histórica da socieda<strong>de</strong> e perturba a interação metabólica entre o<br />
hom<strong>em</strong> e a terra, isto é, impe<strong>de</strong> a <strong>de</strong>volução ao solo dos seus el<strong>em</strong>entos<br />
constituintes, consumidos pelo hom<strong>em</strong> sob a forma <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> vestuário.<br />
Portanto, prejudica a operação da condição natural eterna para a fertilida<strong>de</strong><br />
duradoura do solo [...] todo o processo na agricultura capitalista é um processo <strong>de</strong><br />
roubar, não só do trabalhador, mas do solo (apud FOSTER, 2005, p. 219).<br />
[...] o probl<strong>em</strong>a ecológico associado com o <strong>de</strong>senvolvimento das artes da<br />
subsistência entrou pelo período capitalista (on<strong>de</strong> as contradições se haviam<br />
tornado bastante extr<strong>em</strong>as) e sobreviveria ao próprio capitalismo – colocando<br />
probl<strong>em</strong>as que a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtores associados precisaria abordar<br />
racionalmente, com base numa relação metabólica entre os seres humanos e a<br />
terra (FOSTER, 2005, p. 303).<br />
Os antropocentristas marxistas têm uma visão da natureza distinta da visão<br />
tecnocentrista, pois perceb<strong>em</strong> o hom<strong>em</strong> como parte da natureza, s<strong>em</strong> a hierarquia dos<br />
tecnocentristas, que consi<strong>de</strong>ram o home como ser superior, ainda que este esteja <strong>em</strong><br />
vantag<strong>em</strong> <strong>em</strong> relação aos d<strong>em</strong>ais seres, por po<strong>de</strong>r conhecer e aplicar as leis da natureza.<br />
9 MARX. K. O Capital, vol.1, 637-38. A necessida<strong>de</strong> da “restauração” dos constituintes do solo foi um ponto que<br />
Marx tirou diretamente da “Introdução” à edição <strong>de</strong> 1862 da Agricultural ch<strong>em</strong>istry <strong>de</strong> Liebig, Einteitung, 97<br />
(FOSTER, 2005, p. 386).<br />
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