Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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inferiorida<strong>de</strong> <strong>em</strong> relação às <strong>em</strong>presas capitalistas. A economia solidária <strong>de</strong>ve ser pensada<br />
como uma “alternativa superior ao capitalismo, capaz <strong>de</strong> atuar como princípio or<strong>de</strong>nador<br />
das relações sociais”, que só vai se efetivar se a economia solidária d<strong>em</strong>onstrar ser tanto ou<br />
mais eficiente que as <strong>em</strong>presas capitalistas.<br />
O estado <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha papel importante para o <strong>de</strong>senvolvimento do cooperativismo,<br />
pois a maioria dos trabalhadores não possui n<strong>em</strong> capital n<strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong>s que possam<br />
oferecer como garantia para levantar capital financeiro no mercado. Outro fator é que as<br />
cooperativas compet<strong>em</strong> no mercado com <strong>em</strong>presas capitalistas, que também receb<strong>em</strong><br />
apoio do estado <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> subsídios, isenção <strong>de</strong> impostos e crédito favorecido. Muitos<br />
governos, no Terceiro Mundo, incentivaram a criação <strong>de</strong> <strong>em</strong>preendimentos solidários, seja<br />
para <strong>de</strong>senvolver a economia, seja para absorver uma parte da força <strong>de</strong> trabalho, mas estes<br />
<strong>em</strong>preendimentos careciam <strong>de</strong> autonomia e não conseguiram, na sua maioria, promover a<br />
d<strong>em</strong>ocracia na <strong>em</strong>presa, fundamental na economia solidária (SINGER, 2002).<br />
A economia solidária, <strong>em</strong>bora preocupada <strong>em</strong> resgatar a centralida<strong>de</strong> do trabalho,<br />
t<strong>em</strong> conduzido também a análises céticas quanto à sua natureza transformadora. Ela não<br />
seria uma “alternativa duradoura e efetiva ao mercado <strong>de</strong> trabalho capitalista, mas<br />
cumpriria um papel <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong> ao incorporar parcelas <strong>de</strong> trabalhadores<br />
<strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregados pelo capital” (ANTUNES, 1999, p. 113). Este autor acredita ser um equívoco<br />
imaginar que a economia solidária po<strong>de</strong> ser uma opção real para transformar a lógica do<br />
capitalismo e <strong>de</strong> seu mercado. Para Castel 27 (1998), apesar <strong>de</strong> louvável, a economia solidária<br />
seria mais uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> intenção do que a afirmação <strong>de</strong> uma política (apud PINTO,<br />
2006, p. 57).<br />
O mesmo autor apresenta também a visão <strong>de</strong> Coraggio 28 , que chama este tipo <strong>de</strong><br />
relação <strong>de</strong> Economia Popular. No processo <strong>de</strong> reestruturação do capital, os trabalhadores<br />
são divididos entre aqueles que estão integrados às estratégias <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital e<br />
outros que não pod<strong>em</strong> conseguir trabalho, sendo impedidos <strong>de</strong> se integrar ao processo. A<br />
resposta popular dos trabalhadores é apenas a sobrevivência, contam com seu trabalho, às<br />
vezes algumas máquinas e ferramentas, mas o principal capital <strong>de</strong> que dispõ<strong>em</strong> é sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho (apud PINTO, 2006, p. 50).<br />
27 CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes, 2002.<br />
28 CORAGGIO, J. As respostas dos setores populares à crise do trabalho. In: ADS/CUT. Sindicalismo e economia<br />
solidária. São Paulo: ADS/CUT, 2002.<br />
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