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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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1 A(S) SUSTENTABILIDADE(S) E SEUS CONCEITOS<br />

Ainda que as preocupações com a sustentabilida<strong>de</strong> sejam relativamente recentes –<br />

as mais conhecidas tiveram início nos últimos 40 anos – vêm se tornando cada vez mais<br />

pr<strong>em</strong>entes. Se no princípio estavam restritas a grupos <strong>de</strong> ambientalistas e a alguns<br />

cientistas, hoje não seria exagero afirmar que a socieda<strong>de</strong> como um todo v<strong>em</strong> buscando<br />

soluções para a crise ambiental. Entretanto, duas coisas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>stacadas: (a) as<br />

preocupações n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre se transformam <strong>em</strong> ações efetivas; e (b) na maioria das vezes,<br />

essas preocupações se restring<strong>em</strong> às questões ambientais – poluição <strong>de</strong> águas, ar e solo,<br />

perda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> vegetal e animal – ficando o ser humano e a socieda<strong>de</strong>, ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po responsáveis e vítimas do processo, fora da discussão. Mas, se o ser humano interage<br />

socialmente e as formas <strong>de</strong> interação social <strong>de</strong>terminam o tipo <strong>de</strong> relação com a natureza, é<br />

importante compreen<strong>de</strong>r como isso se dá quando a intenção é tornar esta relação mais<br />

equilibrada.<br />

Segundo Foladori (2001), todos os seres vivos estabelec<strong>em</strong> relações com o entorno e<br />

os indivíduos <strong>de</strong> cada espécie transmit<strong>em</strong>, aos seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inter-<br />

relação com o meio. Com o ser humano não é diferente, entretanto, cada geração acumula<br />

coisas e ambientes produzidos que transmite aos seus her<strong>de</strong>iros segundo regras <strong>de</strong><br />

distribuição dos meios materiais, social e historicamente <strong>de</strong>terminadas. Isso significa dizer<br />

que mesmo com uma carga genética s<strong>em</strong>elhante, os seres humanos não nasc<strong>em</strong> iguais, o<br />

“acesso, uso e grau <strong>de</strong> transformação do meio ambiente são radicalmente diferentes<br />

segundo as distintas classes sociais e o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento técnico e científico” (2001,<br />

p. 18). O mesmo autor ainda reforça que as “relações entre os seres humanos se baseiam na<br />

distribuição <strong>de</strong> coisas materiais e cada vez menos a partir <strong>de</strong> leis biológicas” (2001, p. 85),<br />

muito <strong>em</strong>bora sob condição <strong>de</strong> escassez, as leis biológicas, cedo ou tar<strong>de</strong>, se imponham.<br />

Foster (2005, p. 18) se baseia <strong>em</strong> Marx e diz que “nós transformamos a nossa relação<br />

com o mundo e transcend<strong>em</strong>os nossa alienação <strong>de</strong>le – criando nossas próprias relações<br />

distintamente humano-naturais – pela ação, isto é, através da nossa práxis material”. Dessa<br />

afirmação conclui-se que os homens não pod<strong>em</strong> mudar a natureza s<strong>em</strong> mudar a si mesmos,<br />

que o mundo é um só, e os homens faz<strong>em</strong> parte da natureza, são a própria natureza.<br />

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