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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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O maior probl<strong>em</strong>a do pessoal da região é o pouco acesso a outros mercados e, como<br />

têm poucas oportunida<strong>de</strong>s para apren<strong>de</strong>r a fazer outros tipos <strong>de</strong> produtos, acabam por fazer<br />

quase s<strong>em</strong>pre os mesmos mo<strong>de</strong>los. Uma artesã afirmou que t<strong>em</strong> feito pequenas inovações<br />

nos produtos, como colocar um pequeno laço <strong>de</strong> fita ao lado da cesta. Isso t<strong>em</strong> possibilitado<br />

cobrar mais pelo produto, e o trabalho que dá é mínimo.<br />

Alguns apren<strong>de</strong>ram a fazer artesanato sozinhos, outros pelos cursos da Epagri; alguns<br />

ainda conviveram com os avós que trabalhavam tecendo taquara e transformaram esse<br />

conhecimento, substituindo a taquara pelo vime, que, <strong>de</strong> acordo com eles, é mais fácil <strong>de</strong><br />

tecer, não machuca a mão e ainda é uma matéria-prima renovável, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

extrativismo: “Comecei com vime porque é melhor para trabalhar. Faço cestas e móveis. Eu<br />

quero fazer curso <strong>de</strong> móveis <strong>em</strong> vime. Trabalhei como marceneiro <strong>de</strong>z anos, mas com vime<br />

não tenho muita experiência, mas com cestas já faz 8 anos” (H. B., E. C. <strong>em</strong> 29/01/2008).<br />

Para eles, o trabalho que a Epagri v<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvendo é importante para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do artesanato <strong>em</strong> vime, e a Escola do Vime, quando funcionar plenamente,<br />

<strong>de</strong>verá contribuir para ampliar o número <strong>de</strong> artesãos: “A Escola do Vime po<strong>de</strong> suprir a<br />

d<strong>em</strong>anda por mão-<strong>de</strong>-obra qualificada. Algumas pessoas pensam que sab<strong>em</strong> fazer cestas,<br />

mas faz<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre a mesma coisa apenas” (B. D., E. C. <strong>em</strong> 30/01/2008).<br />

Quanto ao atravessador 52 , afirmam que “não é bom, mas não t<strong>em</strong> outro jeito,<br />

porque a gente não conhece os lojistas” (A. G. R., E. C. <strong>em</strong> 29/01/2008).<br />

Também foi entrevistado o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma “cooperativa 53 ” <strong>em</strong> Rio Rufino. O<br />

discurso é completamente diferente dos d<strong>em</strong>ais. Para ele, não houve nenhuma vantag<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> participar dos cursos promovidos pela Epagri, uma vez que conhece todas as técnicas <strong>de</strong><br />

trançado e fabricação <strong>de</strong> objetos <strong>em</strong> vime e, no mercado <strong>em</strong> que atua e conquistou sozinho,<br />

os clientes exig<strong>em</strong> produtos baratos e não se preocupam muito com a qualida<strong>de</strong>. Ele afirma<br />

que até já tentou fazer um produto mais b<strong>em</strong> acabado, mas que o mercado não aceitou.<br />

Chegou a ter um box no Ceasa para manter um estoque <strong>de</strong> produtos, mas concluiu que não<br />

compensava, pois os compradores queriam produtos muito variados, nunca aquele que ele<br />

52 Atravessador é como são chamados os comerciantes que compram a produção da região, tanto o vime<br />

quanto o artesanato e comercializam <strong>em</strong> outras cida<strong>de</strong>s ou estados. A reclamação é que para alguns só existe<br />

esse meio para comercializar seus produtos, e o atravessador acaba ficando com a maior parte da renda.<br />

53 As aspas ficam por conta da cooperativa ser assim chamada, mas não trabalhar <strong>de</strong> fato como tal, uma vez<br />

que o presi<strong>de</strong>nte é, na verda<strong>de</strong>, o dono e as pessoas trabalham por conta <strong>de</strong> salário ou produção, mas não têm<br />

participação efetiva na gerência do <strong>em</strong>preendimento.<br />

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