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animais são muito mais que algo somente - Proppi - UFF

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nasceu em Palmeirinha, uma aldeia Mbya localizada dentro da T.I. Mangueirinha,<br />

novamente ocupada por representantes Mbya e Kaingang.<br />

Segundo Silva (2007) as décadas de 30 e 40 são marcantes na história dos dois<br />

grupos (Guarani e Kaingang), pois é neste período <strong>que</strong> se inicia o processo de colonização<br />

por descendentes de imigrantes alemães e italianos, oriundos do Rio Grande do Sul e Santa<br />

Catarina. Nas décadas de 40 e 50 são criados três postos indígenas no sudoeste do Paraná:<br />

Mangueirinha, Rio das Cobras e Marrecas. Estes foram criados para abrigar inicialmente<br />

populações Kaingang – <strong>mais</strong> tarde é <strong>que</strong> as populações Mbya <strong>que</strong> habitavam as margens<br />

do Rio Iguaçu são levadas para Mangueirinha e Rio das Cobras, “onde até hoje são<br />

tratados como hospedes permanentes” pelos Kaingang (Pires, 1975 apud Silva, 2007: 63-<br />

4).<br />

Schaden (1962 [1954]) destaca a presença guarani, em 1946, na “aldeia da<br />

Palmeirinha” localizada no Baixo Iguaçu, oeste paranaense, junto aos quais teria<br />

trabalhado nos anos 40.<br />

No entanto, não é minha intenção tratar da anterioridade da ocupação guarani ou<br />

kaingang nestas terras. Muito pelo contrário. Mas antes de entrar na <strong>que</strong>stão <strong>que</strong> trata do<br />

compartilhamento de terras por populações Mbya e Kaingang, gostaria de retomar a<br />

história de Augustinho.<br />

A morte de seu pai teria feito com <strong>que</strong> ele retornasse a Palmeirinha, onde<br />

permaneceu por um tempo e de lá sairia novamente para Ibirama, SC, outra terra, <strong>que</strong><br />

como disse <strong>mais</strong> acima era ocupada por Xoklen, Kaingang e Mbya. Um conflito com um<br />

caci<strong>que</strong> Xoklen, devido ao corte e venda de madeira foi o motor de uma nova saída.<br />

Augustinho conta <strong>que</strong> foi um chefe de posto da FUNAI <strong>que</strong> lhe sugeriu ir para os<br />

estados de São Paulo ou Rio de Janeiro – onde haveria ainda <strong>muito</strong> mato – e em tais locais<br />

poderiam viver bem. Reuniu sua família e seguiu para Ubatuba, na aldeia Boa Vista<br />

encontrou o caci<strong>que</strong> Altino, velho conhecido da aldeia Palmeirinha. Ficou alguns anos<br />

neste sítio e <strong>mais</strong> tarde quando soube <strong>que</strong> havia um parente seu em Bracuí, seguiu para lá.<br />

Apesar do parentesco com o então caci<strong>que</strong> João da Silva, a convivência se tornou<br />

difícil, e devido ao envolvimento de um de seus filhos com outras mulheres, sua família foi<br />

expulsa daí. Novamente Augustinho reuniu sua família e seguiu para Araponga, onde há<br />

pouco chegara a família de Miguel, <strong>que</strong> aguardava a finalização do processo de<br />

desocupação de Parati-Mirim; e também, era ocupada pela família do então caci<strong>que</strong><br />

Alcides, ou como também dizem, Alcebíades.<br />

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