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cotovelo sobre o peitoril, as pernas cruzadas, a cuspilhar consecutivamente<br />
pedacinhos de fumo que ele mascava do cigarro.<br />
O que ela não podia lhe perdoar era o costume de bebida. O alferes em dias<br />
de folga metia-se no gole e escandalizava a rua inteira.<br />
— É todo o seu mal! Dizia a velha. Tirando daí, não há melhor criatura!<br />
Ele gostava de brincar com todos; não tinha graça, mas estava sempre<br />
disposto a rir; o casamento de André era assunto obrigado das suas pilhérias,<br />
quando queria mexer com Inês.<br />
— Ele, a modos que não tem lá essas pressas de casar!...<br />
Chacoteava a respeito do <strong>Coruja</strong>, apresentando na sua boca de roedor as<br />
duas presas isoladas.<br />
Mas, quando a velha tomava a defesa do futuro genro, o Picuinha fazia-se<br />
sério e elogiava-o.<br />
— Bom moço... Resmungava. Não é dos mais simpáticos, mas muito sisudo,<br />
e, dizem que sabe por uma academia!<br />
A velha entrava então a falar sobre o colégio, sobre os altos compromissos<br />
de André e no casamento da filha, o qual seria efetuado, impreterivelmente, daí a<br />
quatro meses!<br />
— E eu cá estou para entrar no bródio! Exclamava o alferes, chibateando as<br />
calças. — Quero só ver como aquele tipo se sai nesse dia! Consta-me que vai ser<br />
coisa de arromba!<br />
Ali pela vizinhança da velha com efeito já se boquejava a propósito do<br />
casório, e diziam até que o noivo estava muito bem e que o seu colégio era o melhor<br />
do Rio de Janeiro.<br />
— Ah! Mas também apertado como ele só! Afirmava uma amiga de Inês,<br />
muito cheirona da vida alheia. Aquilo é criaturinha que traz por conta os cordões do<br />
bolso! Não há meio de lhe apanhar uma de X! E depois — Que cara de homem,<br />
credo! Parece que está sempre arreliado!<br />
O <strong>Coruja</strong>, em verdade, tornava-se cada vez mais esquisitório e mais e mais<br />
farroupilha; não havia meio de obrigá-lo a comprar um fato novo e a resignada Inês,<br />
posto não desse demonstrações, tinha já certo vexame quando o via surgir no canto<br />
da rua, com a grande cabeça enterrada nos ombros, a jogar o corpo no seu pesado<br />
andar de urso.<br />
Em casa de Teobaldo, os criados o olhavam por cima do ombro e o Aguiar<br />
chegava muita vez a virar-lhe o rosto.<br />
Dantes o primo de Branca ainda procurava disfarçar a sua repugnância pelo<br />
professor, mas agora nem se dava ao trabalho de fazer isso, e, sempre que a dona<br />
da casa lhe falava nele, não perdia a ocasião para ridicularizá-lo.<br />
Em geral o pretexto destas zombarias era a famosa história do Brasil.<br />
Branca procurava defender o trabalho do <strong>Coruja</strong>, chegando até a<br />
impacientar-se com aquela grosseira perseguição do primo.<br />
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