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O Coruja - Unama

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www.nead.unama.br<br />

— Pois bem! Prosseguiu o diretor; chegam de novo as férias e, quando<br />

estou resolvido a remeter-lhe o menino, vem o senhor e diz que desta vez não pode<br />

pagar tanto como das outras!... Ora! Há de V. Rev.ma convir que isto não tem jeito!<br />

— Seria uma obra de caridade!... Objetou o padre.<br />

— Sim, mas eu já fiz o que pude...<br />

— Pois vá! Pagarei o mesmo que nas férias do ano passado.<br />

— Não, senhor, não serve! V. Rev. ma leva o menino e, se quiser, pode<br />

apresentar-mo de novo em Janeiro. De outra forma não!<br />

— Tenho então de levar o pequeno comigo Exclamou o padre, fazendo-se<br />

vermelho.<br />

— De certo, respondeu o diretor sem hesitar. As férias Inventaram-se para<br />

descanso e eu não posso fica tranqüilo, sabendo que há um aluno em casa. Dá-me<br />

mesmo trabalho que me dariam vinte! Não! Não.<br />

— Mas, doutor!.<br />

— Não, não quero! É um cuidado constante. Retiram-se todos os<br />

empregados e fica aí o menino só com o servente; de um momento para outro, uma<br />

travessura, uma tolice de criança, pode ocasionar qualquer desgraça, e serei eu por<br />

ela o único responsável! Não quero!<br />

— E se eu pagar o mesmo que pago durante ano Perguntou o reverendo já<br />

impaciente e cada vez mais vermelho.<br />

— Nem assim.<br />

— Nem assim E quanto é preciso então que eu pague<br />

— Nada, porque estou resolvido a não aceitar.<br />

— De sorte que eu tenho por força de levar o pequeno...<br />

— Fatalmente.<br />

— Pois então, pílulas! Exclamou o padre, deixando transbordar de todo a<br />

cólera; pílulas!<br />

E, voltando-se para o <strong>Coruja</strong>:<br />

— Vá! Vá fazer a trouxa e avie-se!<br />

O <strong>Coruja</strong> afastou-se tristemente enquanto o padre resmungava: Peste! Só<br />

me serve para me dar maçadas e fazer-me gastar o que não posso!<br />

O barão. que a certa distância ouvira tudo ao lado do filho, disse a este em<br />

voz baixa:<br />

— Pergunta ao teu amigo se ele quer vir conosco passar as férias na fazenda.<br />

Teobaldo, satisfeito com as palavras do pai, foi de carreira ter com o <strong>Coruja</strong><br />

e voltou logo com uma resposta afirmativa.<br />

— Reverendo, disse então o fidalgo aproximando-se do padre com suma<br />

cortesia. Por sua conversação com o Dr. Mosquito fiquei sabendo que o contraria<br />

não poder deixar o seu pupilo no colégio; lembrei-me, pois, se não houver nisso<br />

algum inconveniente, de levá-o com o meu filho, a passar as férias na fazenda em<br />

que resido.<br />

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