DO CONGRESSO NACIONAL DIÃRIO - Câmara dos Deputados
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4258 Terça-feira 2 DIÁRIO <strong>DO</strong> <strong>CONGRESSO</strong> <strong>NACIONAL</strong> (Seção I) Março de 1993o SR. ERAL<strong>DO</strong> TRINDADE (BlocbPatlamentar'-'-'AP.Sem revisão do orador.) - Sr,. Presidehte" 'S'r'" e Srs. Depu~ta<strong>dos</strong>, é notório que toda a Nação brasileira conhece asniudan-.ças que vêm ocorrendo no Governo, a partir da decisão do.ex-Ministro Paulo Haddad dI:: encaminhar ao Presidente daRepública o seu pedido de demissão do cargo de Ministroda Fazenda. S. Ex· tentou, durante longo tempo, equilibrara economia nacional, mas, segundo notícias-da imprensa, teveatritos com o Presidente'da República:Na verdade, b ex~Ministto Paulo H;addaçl apresentou umtrabalho profícuo à frente'do Ministérib dlf Fazenda na buscadeentendimento com os várioS segmentos da: economia nacio-',nal para conter a inflação.De certa maneira, o trabalho do e~Mil!istro foi produ-.tivo, dentro do que foi possível realizar durante sua' curta,passagem pelo Ministério da: Fazenda: .O Presidente daRepJ1blica já nomeouo Sr. Eliseu Resen-.de para assumir aquela Pasta. To<strong>dos</strong> sabemos que .S. Ex'.terá uma responsabilidade muito grande neste instante emque também no mercado econômico internacional há expec-·tativa acerca da condução da política 'econfunica brasileira.'As últimas informações dão conta de quê os· títulos públicosbrasileiros no mercado internacional começam a ter uma, que" .da acentuada. Os próprios banqueiros internacionais, aqlielesque estão liga<strong>dos</strong> ao Fundo Monetário Internacional, temem,que o Brasil deixe de pagar os juros da dívida externa, emboraas reservas cambiais, do País nos dêem.a'segurança de ,queos entendimentos manti<strong>dos</strong> com o Fundo Monetário Inrerna- .cional devem continuar. . , I ,Aliás, a propósito disso, está chegando hoje a Brasília·uma comissão do FMI para tentar, neste momento de mudança,uma negociação parao pagamento dadívida externa. Inde-'pendentemente desse entendimento, é .claro.e evidente queto<strong>dos</strong> nós -queremos que Eliseu Resende, que deverá tomarposse no cargo de Ministro da Fazenda nas próximas horas,possa adotar mecanismos que contribuam para a recuperaçãoda nossa economia e para a redução <strong>dos</strong> altíssimos juros pratica<strong>dos</strong>,que refletem negativamente numa'eçonomia se pretendeestabilizada. As altas taxas de juros têm contribuídopara que o próprio Presidente Itamar frapco fique nervoso.diante de programas que pretende adotar",. mas que infelizmentenão pode realizar, em virtude dainstabilidade na econo- ,mia. A mudança é significativa.É evidente que to<strong>dos</strong> os segmentos da sociedade brasileira,tanto empresariais como políticos" esperam, independentementeda decisão do Ministro Eliseu Resende quantoao lançamento ou não de pacotes econômicos ou quanto aomercado livre, em que possa haver competitividade, a reduçãoda inflação e a estabilidade da economia, para que o povobrasileiro tenha melhores condições de vida.Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente,.O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) -palavra ao Sr. Francisco Evangelista.Concedo aO SR. FRANCISCO EVANGELISTA ( '~ PB. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,o desânimo, os confrontos dentro da equipe e a incompetênciado Governo estão levando o povo a um estágio de pessimismoe inquietação insuportáveis. A falta de decisões importantesestá fazendo com que o Brasil perca o chamado bonde dahistória. Há muitos arroubos, despautérios presidenciais, maspoucas realizações. Enquanto faltam investimentos em tecnolo~ia,educação e produtividade, vamos resuscitar o velhoe obsoleto ",Fusca"·, projetado na·década de 30 e há muitoforl;! da linha cie produção... O México, O'~hile, a Argentina,' a Bolívia e tantos outrospaíses,conseguiram \l~a relativa estabil,idade, mas,nósparamosou andamos para trás como caran,guejos. , ,Quantoàs privatizações, às quais fazíamos algumas restriçõe~no que diz respeito à forma de pagamento, o Governo,a pretexto de reexaminar o assunto, praticamente paralisouo programa. Isso significa um retrocesso com grandes repercussõesna ecbnomià. O Governo tem problemas mais sériospa.r~ a?iniriistrà~. N ãd pode investir'em empresas semifalidase ç1eficitária~. tentamos aqui Pelo menos punir a ineficiênciae a, inç~pacjdad~ ~e' alg!Jmas'emwesas estatais, petIhitindoque para .elas foss,e de,cretada a fal,ênci~, mas fomos traga<strong>dos</strong>poruma llÍaiória pseudo~esquerdista e estatizante q'ue preferiuque o Estadó continuasse, mesmo diante da grande crise social,a premiar a incapacidade e a má administração.Parece que somente o velho e a criação de impostos têmprioridade neste Governo, pois o imposto do cheque - oIniposto Itamar Franco - e o restabelecimento do "Fusca"são as 'duas metas mais importantes da atual administração.Não·chegou à, esta Casa nenhum projeto de relativa importância:Outro assunto vai entrar na .agenda governamental e vaidar" limito o que falar; a distribuição ou loteamento <strong>dos</strong> cargosdo, segundo e terceiro escalões. E o Governo vem a público,sem· a cerimônia necessária, anunciar que vai preencher oscargos após a aprovação do IPMF e que terão direito à partilhacIientelista e'vergonhosa os que votarem a seu favor. Tivemosa folia' do Carnaval. Vamos assistir a outra folia grotesca,afrontosa a uma sociedade sequiosa' de reformas, debates sériose menos indigentes. É uma pena que na distribuição dessescargos prevaleça o voto do painel eletrônico mais, do quea competência e a seriedade <strong>dos</strong> candidatos. A ordem é mudar,mesmo que seja para pior. É a repetição de um desencontradoe surrado filme; é a hist6ria se repetindo em forma de farsa,mostrando que nada mudou neste País, onde ainda prevalesceo apadrinhamento político. Desejo que o Governo, inspiradona Semana Santa, quando geralmente multiplicam-se. os pães,consiga multipljcar os cargos, a fim de poder atender a to<strong>dos</strong>que lhe estão apoiando e possibilite a superação, o mais rapidamentepossível, desse trauma, para que a sociedade'não sejapenalizada por aquilo que não pediu, em que não está interessadae no que não foi envolvida.O Presidente tem a obrigação de saber, e de dizer àsociedade, o'que vai fazer com o Governo que recebeu legitimamente.O SR. VASCO FURLAN (Bloco Parlamentar - SC. Semrevisão do otador.)- Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,ocupo a tribuna para tecer algumasconsideraçães a respeitode um tema que tem tido grandes espaços na imprensa brasileira:o plebiscito sobre forma e sistema de governo e a campanhadas três frentes que "defendem" - entre aspas - oparlamentarismo, o presidencialismo e a monarquia.Coloquei a palavra defende entre aspas porque, na verdade,está havendonão a defesa de formas e sistemas de governo,mas acusações, às vezes infundadas, ao parlamentarismo.Vou citar um trecho de editorial de hoje do jornal OEstado de S. Paulo, sob o título "Campanha destrambelhada":. "O pior, no entanto, é que em lugar de procurardemonstrar as vantagens de seus respectivos sistemas,as frentes presidencialista e parlamentarista se en,galfi-