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DO CONGRESSO NACIONAL DIÁRIO - Câmara dos Deputados

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4266 Terça-feira 2 DIÁRIO <strong>DO</strong> <strong>CONGRESSO</strong> <strong>NACIONAL</strong> (Seção I) Março de 1993poderes, para que o País possa respirar com mais tranqüilidade.Estamos presenciando a mudança de ministros da noitepara o dia. No parlamentarismo, isso passaria pelo crivo etalvez pela escolha do Parlamento. É um regime mais democrático,mais responsável, mais participativo. Acreditamos queé preciso mudar, mesmo, a campanha que está sendo feita,para que o povo possa entender que, no parlamentarismo,ele poderá eleger o Presidente, como Chefe de Estado. Eo Parlamento que ele eleger escolherá o Primeiro-Ministro,que será o Chefe de Governo.Dentro dessa filosofia, estaremos realizando, no dia 3de março, às 17h, no Centro de Convenções, o "Encontro<strong>dos</strong> Parlamentaristas", para levarmos às ruas de Brasília apropaganda sobre o sistema de governo de que o Brasil precisa,por ser mais democrático, mais justo, mais humano epara que distorções como as que estamos agora trazendo nãovenham mais a ocorrer; para que a queda de ministros nãoseja assim tão precipitada, para que o ministro que caia nãoleve sobre os ombros a responsabilidade de uma conjunturapor cuja configuração ele não tenha responsabilidade, já quecriada ao longo da história.São estas as minhas palavras, agradecendo a V. Ex" Sr.Presidente, por esta oportunidade, certo de que os parlamentaristasdesta Casa estarão presentes às 17h do dia 3 no Centrode Convenções, quando iremos levantar a bandeira do parlamentarismona Capital da República.Era o que tínhamos a dizer.Durante o discurso do Sr. Benedito Domingos, oSr. B. Sá, 4 q Secretário, deixa a cadeira da presid~ncia,que é ocupada pelo Sr. Francisco Coelho, 2 q Suplentede Secretário.O Sr. Nan Souza - Sr. Presidente, peço a palavra parauma Comunicação de Liderança pelo Partido Progressista.O SR. PRESIDENTE (Francisco Coelho) -a palavra.Tem V. Ex~O SR. NAN SOUZA (PP - MA. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, minha presença hoje aqui é para refletira indignação causada por ato cometido pelo ex-porta-voz doex-Governo Collor de Mello. Não chegaria a chamá-lo decidadão, mas talvez de bandido, que está fazendo graça noBrasil em busca de ganhar dinheiro enlameando a honra dehomens e mulheres de bem deste País.A edição desta semana da revista Veja, que, lamentavelmente,enveredou pelo mesmo caminho adotado por outraspublicações de não transcrever explicações, não ouvir tambémas pessoas supostamente envolvidas em denúncias, transcrevetópicos de livro de Cláudio Humberto que tem a mesma inspiraçãodo livro da Zélia: uma tentativa de levar dinheiros escusos,rouba<strong>dos</strong> do povo brasileiro. E isto seria um fator capazde desviar a atenção do País.Ele disse por que tomou a iniciativa de escrever o livro- vou tomar a liberdade de ler um pequeno trecho da reportagem:"Achou uma terceira alternativa, nuançada, quese explica pelo motivo que o levou a passar quase cincomeses, das 9 da manhã até de madrugada, seis diaspor semana, escrevendo o livro. "Lamento informar"- palavras de Cláudio Humberto - "já que o motivonão é lá muito nobre, que fiz Mil Dias porque precisavade dinheiro".Na expressão de Cláudio Humberto, vemos que ele escreveuo livro "Mil Dias de Solidão", que eu chamaria "MilDias de Podridão", para ganhar dinheiro. Ele havia perdidoum salário de 9 mil dólares no Itamarati e não tinha nenhumaperspectiva de trabalhar no Brasil, pois apenas fizeram-lhevaguíssimas sondagens para fazer marketing de políticos nospaíses africanos de língua portuguesa. E confessa o seu crimehediondo, o motivo que o levou a escrever um livro e tentarganhar dinheiro à custa da honra alheia. Devo dizer que fuium <strong>dos</strong> primeiros Parlamentares nesta Casa, se não me faltaa memória, em abril ou maio, a clamar pela necessidade doafastamento do ex-Presidente, que organizara uma quadrilhade que o bandido Cláudio Humberto era uma das peças fundamentais,um jogo de artimanhas.Ele disse, Sr. Presidente, que também a Deputada RaquelCândido e outros companheiros, como o Deputado Luiz Dantas,haviam tentado conseguir dinheiro para votar contra oafastamento do Presidente Collor. E arrola também o nomedo Sr. Ronaldo Monte Rosa, amigo pessoal do ex-Presidente.O Sr. Ronaldo Monte Rosa dá hoje uma entrevista ao Jornaldo Brasil confirmando o que já havia afirmado a um jornalistada revista Veja, Sr. Eduardo. Eu não conhecia e não conheçoo Sr. Ronaldo Monte Rosa. Portanto, não poderia ter iniciadonenhuma ação com ele. Eu o vi apenas uma ou duas vezes,e uma delas foi no Rio de Janeiro, quando participávamosde um debate sobre o turismo nacional. Nesta mesa estavatambém, além do Sr. Monte Rosa, o DeputadQ José ThomazNonô, nosso companheiro. "Isso é conversa de doido", reagiuo ex-Presidente da Embratur, Ronaldo Monte Rosa, amigode Collor, ao negar a versão do livro "Mil dias de Podridão",segundo a qual teria sido procurado pelo Deputado Nan Souzado PST do Maranhão, para liberar dinheiro em troca do votocontra o impeachment. O Sr. Ronaldo Monte Rosa garanteque não conhece Nan Souza. Às vésperas da votação, seriaa pessoa menos indicada para intermediar qualquer negociação,tendo em vista que a Embratur não tinha dinheiro eele não seria a pessoa indicada para fazer esse tipo de barganha.Sr. Presidente, quero dizer que o PST - na época estavana condição de Vice-Líder do partido - foi o segundo partidoa subscrever a criação da CPI do Pc. Esta história teve iníciono ano de 1992. Dou meu testemunho de que nunca fui anenhum Ministério do então Presidente Collor reivindicarqualquer benefício para o meu Estado, por entender que,se assim agisse, estaria apoiando um Governo que não representavao desejo e a consciência nacional.Também devo anunciar, Sr. Presidente, que vou recorrera esta Casa por entender que esta difamação deixou de seruma questão minha ou da Deputada Raquel Cândido, porquedepõe, sobretudo, contra a nossa instituição, que está sendoameaçada por aqueles que estão contra a democracia. EstaCasa resgatou a dignidade pública do País à medida que tevea dignidade de afastar um Presidente corrupto. Agora, forçasque não estão querendo a estabilidade do País desejam depreciara importância política deste Parlamento, para que elenão continue falando alto, vigorosamente e com independência.Vamos, num primeiro momento, transferir esta questãopara a Casa. Mas, se a Casa não tomar uma atitude, iremosrecorrer a um advogado para que processe esse marginal chamadoCláudio Humberto, que está querendo repetir o quefez a ex-Ministra Zélia, vendendo livros à custa do sensacio-

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