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DO CONGRESSO NACIONAL DIÁRIO - Câmara dos Deputados

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4262 Terça-feira 2 DIÁRIO <strong>DO</strong> <strong>CONGRESSO</strong> <strong>NACIONAL</strong> (Seção I) Março de 1993de salas de aula e de vagas nas escolas públicas de ensinofundamental só pode ser resolvida a médio prazo, tanto porqueos recursos financeiros atualmente disponíveis são insuficientes,quanto porque qualquer programa de construção, recuperaçãoe ampliação de prédios escolares requer cronogramasde execução.As crianças que estão fora da escola e as que por elasão a~endidas irregularmente nãc podem esperar até que oPoder Público, nas diversas instâncias, tenha resolvido o problema.O preceito constitucional é de aplicação imediata.Diante dessa dificuldade, aproveito a oportunidade paraapresentar um projeto de lei que poderá ajudar o GovernoFederal a resolver essa questão extremamente grave. Entendoque é legítimo o Poder Público valer-se complementarmenteda capacidade ociosa existente em estabelecimentos da redeprivada. O projeto de lei ora encaminhado à discussão e à.deliberação desta Casa tem por objetivo dar o necessário amparolegal às iniciativas governamentais em matéria de comprade vagas da rede privada.Espero, SI. Presidente, que esta prcposta mereça o apoio<strong>dos</strong> nobres Deputa<strong>dos</strong> e que também possamos, através detal iniciativa, iniciar uma discussão que venha pór fim a essadificuldade de toda a sociedade brasileira.o SR. AUGUSTO CARVALHO (Bloco Parlamentar Democrático- DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr" e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, confesso que também estou perplexodiante das mudanças ocorridas no Governo nas últimas horas.Lamento profundamente esse desfecho em que o MinistroPaulo Haddad entregou a sua carta de renúncia. Essa perplexidadeadvém naturalmente do fato de, sendo de um partidoque tem compromisso com este País, que lutou co.nt~a ~ ditadura,contra a corrupção no Governo Collor, asslstir.a ~onvocaçãopara o Ministério da Fazenda - um Ministéno Importante- de uma personalidade ligada ao regime militar. Issome deix.a bastante apreensivo.Espero inclusive conhecer o projeto econômico do novoMinistro para poder ter uma opinião abalizada diante dessanova conjuntura. Que o Governo não venha supreender asociedade com qualquer medida intervencionista no mercado;que a convocação do novo Ministro não vá agravar situaçãoda economia em nosso País, que já é, por si SÓ, grave; quehaja um projeto mais adequado às expectativas nacionais,de preocupação com a questão social deste País, com a fome,com os milhões de desemprega<strong>dos</strong>, com a recessão, com ainflação profunda, renitente, no patamar de dois dígitos, etambém com a necessidae urgente da queda da taxa de jurospratica<strong>dos</strong> hoje, que favorece a uma minoria de parasitasincrusta<strong>dos</strong> no setor financeiro.Sr. Presidente, ST" e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, pedi a palavra parasolicitar a transcrição nos Anais da Câmara de matéria publicadano jornal O Globo, edição de domingo e de hoje, aqual finalmente dá repercussão a denúncias que diz destatribuna sobre um contrato extremamente lesivo ao patrimôniopúblico, em minha opinião, entre o liqüidante do BNCC,Sr. Gualter Tavares Neto, e o advogado Mário Gilberto deOliveira. ~esse contrato, há uma cláusula leonina para aUnião, que estabelece para o advogado o percentual de 10%por ação da União perdida na Justiça.Peço a V. Ex" Sr. Presidente, a transcrição nos Anaisda Casa das reportagens de O Globo, publicadas ontem ehoje.REPORTAGEMA QUE SE REFERE O ORA<strong>DO</strong>R:BNCC: CORREGE<strong>DO</strong>R INVESTIGARÁCONTRATO ILEGAL COM ADVOGA<strong>DO</strong>Aguinaldo Nogueirae Sandra BrasilBrasília - O corregedor-geral da União, Raymundo NonatoNoronha, disse ontem que vai investigar o contrato assinadoentre o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)e o advogado Mário Gilberto de Oliveira. Contratado paradefender o banco em causas trabalhistas, Oliveira, na verdade,recebe dinheiro para perder ações impetradas contra o BNCC,conforme reportagem publicada ontem pelo O Globo. Alémdisso, pode ganhar mais 3% ou 5% se, após a condenação,fizer acor<strong>dos</strong> judiciais ou extrajudiciais com os patrocinadoresdas ações.Noronha disse que o BNCC está entre as estatais e órgãosda União que serão investiga<strong>dos</strong> por contratarem advoga<strong>dos</strong>de fora <strong>dos</strong> quadros do Governo. A determinação para investigaro banco partiu do Advogado-Geral da União, José deCastro Ferreira. A Corregedoria é o órgão da Advocacia­Geral da União (AGU) encarregado de fiscalizar os advoga<strong>dos</strong>que defendem os interesses do Governo Federal.O caso do BNCC se encaixa dentro do que a AGU chamade "máfia <strong>dos</strong> advoga<strong>dos</strong>". Eles deixam de recorrer de sentençasda Justiça do Trabalho, ou recorrem fora <strong>dos</strong> prazos previtos,fazem cálculos incorretos das dívidas e assinam contratosilegais, como o do BNCC.Nos próximos dias, a Corregedoria também começaráa investigar os advoga<strong>dos</strong> que defenderam o Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).Os advoga<strong>dos</strong>, segundo fontes da Advocacia-Geral da União,deixaram de recorrer nos prazos previstos contra as decisõesda Justiça do Trabalho, nas quais o Conselho era derrotado.Também há suspeitas de irregularidades nos contratos de prestaçãode serviços firma<strong>dos</strong> pelo CNPq.A chamada "máfia <strong>dos</strong> adgova<strong>dos</strong>" já causou prejuízode cerca de US$20 bilhões (Cr$ 1 400 trilhões, ao câmbiocomercial), segundo cálculos do Advogado-Geral da União,José de Castro Ferreira. A ineficácia na defesa do patrimôniopúblico envolve também os próprios funcionários <strong>dos</strong> departamentosjurídicos das empresas estatais, conforme as fontesda AGU. Como eles são também contra as empresas, muitasvezes deixam de recorrer ou recorrem fora <strong>dos</strong> prazos.Liquidante contratou autônomospara funções administrativasBrasília - O liquidante do Banco Nacional de CréditoCooperativo (BNCC), Gualter Tavares Neto, fez contratoscom emprega<strong>dos</strong> autônomos para prestação de serviços administrativos,contrariando a Lei n 9 8.029/90, que regulamentoua liquidação de empresas estatais. Estalei determina o aproveitamentodo pessoa do próprio banco em liquidação para cumprirfunções administrativas.Tavares Neto foi quem assinou o comraw com o advogadoMário Gilberto de Oliveira, que ganha para perder causastrabalhistas. Ele recebe 10% do valor das ações em queo BNCC é condenado, conforme reportagem publicada ontempelo O Globo. Em apenas oito meses (de dezembro de 1991a agosto do ano passado), Oliveira recebeu cerca de Cr$3,3bilhões, em valores atualiza<strong>dos</strong>, referentes a comissões por

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