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Na obra que analisamos nesta edição, Stratten e<br />
Alison apresentam uma nova perspectiva sobre a<br />
forma como empresas – mais especificamente profissionais<br />
da área comercial – devem analisar seu ciclo<br />
de relacionamento com prospects e clientes.<br />
A tese dos autores parte do princípio de que enquanto<br />
você está preocupado em prospectar mais e<br />
melhorar a conversão, estudos indicam que 57% das<br />
decisões de compra são feitas antes mesmo de o comprador<br />
fazer contato com sua empresa. “Focamos<br />
nossas energias no momento da <strong>venda</strong>, mas entregamos<br />
produtos/serviços com suporte precário e/ou sem<br />
cuidar do cliente depois que ele fecha o negócio. Toda<br />
a nossa atenção se volta para o funil de <strong>venda</strong>s e ignoramos<br />
o antes e o depois. Colocamos todo nosso<br />
foco na transação individual e ficamos cegos no que<br />
diz respeito ao suporte, à experiência de compra e ao<br />
atendimento ao cliente”, alertam os autores.<br />
A base do conceito de “não <strong>venda</strong>” é ter clientes<br />
frequentes (não compradores de uma só vez), que mais<br />
tarde vão indicar sua empresa. Para isso, é preciso:<br />
1 - Ter uma presença digital ativa.<br />
2 - Desenvolver uma cultura focada em pessoas.<br />
3 - Encontrar o equilíbrio entre menos prospecção e<br />
mais relacionamento.<br />
“Não <strong>venda</strong>” como feRRAMenta de pós-<strong>venda</strong><br />
No livro, Stratten e Alison contam a história de uma<br />
mãe que, após voltar das férias com a família, fica desesperada<br />
ao ver seu filho em prantos porque seu bichinho<br />
de pelúcia favorito tinha sido esquecido no hotel<br />
em que estavam hospedados. Ao se dar conta de que<br />
Joshie, a girafa, havia ficado para trás, a mãe ligou para<br />
o hotel (The Ritz-Carlton Amelia Island) e descobriu<br />
que o “animal” havia sido encontrado e passava bem.<br />
Como o filho estava arrasado por não ter seu<br />
companheiro de todos os dias, a mãe explicou a ele<br />
que Joshie havia decidido ficar mais uns dias de férias.<br />
Para reforçar seu argumento, perguntou ao pessoal<br />
do hotel se eles podiam enviar uma foto do bichinho<br />
em uma cadeira à beira da piscina para que ela pudesse<br />
mostrar ao filho. Eles disseram que sim, mas o<br />
que fizeram foi muito além...<br />
Poucos dias depois, a família recebeu em casa um<br />
pacote que trazia Joshie são e salvo, alguns mimos do<br />
hotel e uma incrível surpresa: um álbum fotográfico<br />
encadernado que reuniu toda a jornada de férias de<br />
Joshie no Ritz-Carlton.<br />
A foto que a mãe pediu estava lá, junto com diversas<br />
outras que resumiam a história das “férias forçadas”<br />
Alison Kramer e Scott Stratten<br />
de Joshie. A girafinha ganhou até<br />
um cartão de membro do time de<br />
achados e perdidos do hotel.<br />
Essa história correu o mundo,<br />
gerou um burburinho extremamente<br />
positivo para o hotel e resume<br />
bem o conceito “não <strong>venda</strong>”, que<br />
começa antes da prospecção e se<br />
estende muito além do fechamento.<br />
“Crie experiências tão incríveis que<br />
os clientes não poderão pensar em<br />
nada a não ser compartilhar com<br />
os outros”, sugerem os autores.<br />
Foto: Jonathan Bielaski<br />
<strong>venda</strong>mais.com.br - novembro 2015 63