2011 (SBTE) 25th Annual Meeting Proceedings - International ...

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M.E.F .F. Oliv liveir eira. 2011. Estado da arte da superovulação em ovelhas. aaaaaa aaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaa Acta Scientiae Veterinariae. 39(Suppl 1): s29 - s35. Outra problemática que tem intensificado as pesquisas é referente à ampla variabilidade das respostas superovulatórias aos tratamentos gonadotróficos. Essa é, sem dúvida, o principal fator limitante da transferência de embriões em ovinos e caprinos. Na produção in vivo de embriões, independentemente dos hormônios utilizados no tratamento superovulatório, protocolo de administração e método de sincronização das ovulações, as maiores limitações responsáveis pela variabilidade das respostas estão, possivelmente, relacionadas à dinâmica folicular, equilíbrio estímulo-inibição que determinam à taxa de ovulação em cada espécie, e aos mecanismos intra-ovarianos que controlam o crescimento folicular [26]. Os tratamentos tradicionais de superestimulação ovariana em pequenos ruminantes foram definidos há vários anos e não consideravam os conhecimentos atuais do desenvolvimento folicular [29]. Neste contexto, diversos estudos apontam que a condição folicular presente no início do protocolo superovulatório interfere na resposta ao tratamento. Acredita-se que há um efeito prejudicial da dominância folicular na resposta superovulatória em pequenos ruminantes. Em outras palavras, tratamentos superovulatórios iniciados na ausência de um folículo dominante têm resultado em melhores taxas de recrutamento folicular, ovulação e produção de embriões [19,39,40]. A presença de folículos dominantes (maiores que 5-6 mm) no início do tratamento com FSH parece afetar a maturação e a ovulação [39,40] dos folículos menores. Esta seria uma das possíveis justificativas para a alta frequência de folículos anovulatórios em tratamentos superovulatórios destes animais. A evidência de que o folículo dominante possa exercer domínio, não só por vias sistêmicas, mas também por fatores locais, reforça a necessidade de garantir a ausência de folículos grandes no início da superestimulação [29]. Nos tratamentos tradicionais, 70-85% das doadoras apresentam grandes folículos dominantes ao início dos tratamentos com FSH [30]. Considerando a imprevisibilidade do dia da emergência de cada onda folicular em ovinos, a verdadeira questão é como sincronizá-la [29]. Já existem algumas estratégias focadas em começar o tratamento superovulatório na ausência de um folículo dominante (i. e. próximo a emergência da onda folicular) em pequenos ruminantes, destacando-se o: (i) protocolo “Dia 0”, no qual se emprega a pré-sincronização do estro e superestimulação da primeira onda emergente [30,38] e; (ii) tratamentos com antagonistas do GnRH antes da superestimulação gonadotrófica, o qual pode ser uma alternativa para eliminar o folículo dominante [20]. Outra estratégia, comumente empregada em bovinos, é a indução de uma nova onda folicular pelo emprego de estrógenos associado ao progestágeno [7]. Entretanto, poucos estudos têm avaliado este tratamento em ovinos e caprinos [29]. Os dois fármacos conjuntamente promovem uma elevação transitória de FSH e emergência da nova onda folicular, aproximadamente, três a cinco dias após [2,5]. Nestes estudos, o 17â-estradiol foi administrado por volta da metade do tratamento (14 dias) com progestágeno, resultando em uma redução da variabilidade da resposta ovariana, sem, no entanto, afetar a produção embrionária. Embora alguns avanços estejam sendo conquistados, roga-se por mais estudos na busca por tratamentos que efetivamente sincronizem uma nova onda folicular em ovinos. A ampliação de conhecimentos nesta perspectiva terá grande importância e relevância quando associados à superovulação. Acredita-se que haverá melhora na resposta superovulatória e produção de embriões viáveis em ovinos. 2.3 Indução da ovulação Outra possível causa relacionada à alta variabilidade da resposta superovulatória e produção de embriões em pequenos ruminantes é associada à deficiência ou inexistência do pico pré-ovulatório de LH após tratamento com gonadotrofina exógena [18] ou devido à presença de folículos não responsivos, o que é relacionado a uma baixa regulação dos receptores de LH na granulosa e teca [25]. Paralelamente, há registro de falhas de fecundação em ovelhas superestimuladas, o que poderia ser reduzido melhorando a sincronia entre as ovulações e os procedimentos de inseminação artificial [29]. Neste contexto, alguns estudos em MOTE [31,32,35] têm focado no incremento da taxa ovulatória e número de embriões viáveis por modificar a taxa FSH:LH no final do tratamento superestimulatório, administrando-se LH ou GnRH exógeno. É importante ressaltar ainda que, nesses protocolos há modificação no momento ovulatório, informação s32
M.E.F .F. Oliv liveir eira. 2011. Estado da arte da superovulação em ovelhas. aaaaaa aaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaa Acta Scientiae Veterinariae. 39(Suppl 1): s29 - s35. que deve ser considerada quando for utilizar a inseminação artificial em tempo fixo [34,33]. 2.4 Controle da regressão luteal precoce A regressão luteal precoce é outra problemática que afeta os resultados dos programas de MOTE em pequenos ruminantes. Este fenômeno é exacerbado em ovelhas superovuladas e parece estar associado a elevadas concentrações plasmáticas de estrógenos durante a fase luteal inicial, notando-se como consequência, um decréscimo na resposta superovulatória e diminuição do número e qualidade dos embriões [13]. A regressão luteal precoce é evidente cerca de quatro dias após o estro, mas as concentrações plasmáticas de progesterona incompatíveis com atividade luteal normal já são detectadas aos três dias após o estro em cabras acometidas [41]. Em ovelhas superovuladas, a frequência de regressão luteal precoce pode variar de 6 a 75% [16], e acometer a formação de todos ou parte dos corpos lúteos de um mesmo animal [32]. A administração de progesterona exógena, agentes anti-luteolíticos (antiinflamatório; i. e. inibidores da prostaglandina) ou luteotróficos (hCG, GnRH, LH) pode prevenir ou reduzir os efeitos deletérios da regressão luteal precoce [15]. Inibidores da prostaglandina-sintetase como a Flunixin meglumine administrado de uma a duas vezes ao dia, entre o 2º e 4º dia após a detecção do estro (período crítico), auxiliam no bloqueio do processo de regressão prematura dos corpos lúteos. Neste sentido, tem-se observado incremento na recuperação de embriões viáveis [42]. III. CONCLUSÃO Por muitos anos os protocolos empregados como base para o processo de superovulação, desconsideraram os eventos relacionados à dinâmica folicular. Com o emprego da ultrassonografia e da avaliação dos perfis hormonais, as investigações mais recentes têm-se voltado para elaboração de protocolos que efetivamente controlem a atividade ovariana, evitando os efeitos negativos dos hormônios exógenos. A meta principal é atingir o equilíbrio estímulo-inibição das respostas aos protocolos hormonais, visando incrementar o sucesso desta etapa dos programas de MOTE. REFERÊNCIAS N 1 Armstrong D.T. & Evans G. 1983. Factors affecting success of embryo transfer in sheep and goats. Theriogenology. 19: 31- 42. 2 Bartlewski P.M., Alexander B.D., Rawlings N.C., Barrett D.M.W. & King W.A. 2008. Ovarian responses, hormonal profiles and embryo yields in anoestrous ewes superovulated with Folltropin ® -V after pretreatment with medroxyprogesterone acetate-releasing vaginal sponges and a single dose of oestradiol-17β. Reproduction in Domestic Animals. 43(3): 299-307. 3 Bartlewski P.M., Baby T.E. & Giffin J.L. 2011. Reproductive cycles in sheep. Animal Reproduction Science. 124(3-4): 259-268. 4 Barrett D.M.W., Bartlewski P.M., Batista-Arteaga M., Symington A. & Rawlings N.C. 2004. Ultrasound and endocrine evaluation of the ovarian response to a single injection of 500 IU of PMSG following a 12-day treatment with progestogenreleasing intravaginal sponges in and out of the breeding season in ewes. Theriogenology. 61(2-3): 311-327. 5 Barrett D.M.W., Bartlewski P.M., Duggavathi R., Davies K.L., Huchkowsky S.L., Epp T. & Rawlings N.C. 2008. Synchronization of follicular wave emergence in the seasonally anestrous ewe: The effects of estradiol with or without medroxyprogesterone acetate. Theriogenology. 69(7): 827-836. 6 Berlinguer F., González-Bulnes A., Succu S., Leoni G., Mossa F., Bebbere D., Ariznavarreta C., Tresguerres J.A.F., Veiga- Lopez A. & Naitana S. 2007. Effects of progestagens on follicular growth and oocyte developmental competence in FSHtreated ewes. Domestic Animal Endocrinology. 32(Suppl 4): 303-314. 7 Bó G.A., Adams G.P.; Caccia M., Martinez M., Pierson R.A. & Mapletoft R.J. 1995. Ovarian follicular wave emergence after treatment with progestogen and estradiol in cattle. Animal Reproduction Science. 39: 193-204. 8 Cognié Y. 1999. State of the art in sheep-goat embryo transfer. Theriogenology. 51(1): 105-116. 9 Cordeiro M.F., Lima-Verde J.B., Lopes-Júnior E.S., Teixeira D.I.A., Farias L.N., Sales H.O., Simplício A.A, Rondina D. & Freitas V.J.F. 2003. Embryo recovery rate in Santa Inês ewes subjeted to successive superovulatory treatments with pFSH. Small Ruminant Research. 49: 19-23. s33
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