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«Symposion» and «Philanthropia» in Plutarch - Bad Request ...

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Fest<strong>in</strong>s de Sangue. A Tradição do Banquete aziago em Plutarcomonarca estava obrigado a atender a todos os pedidos que lhe fossem feitosnessa ocasião 32 . Améstris decide pedir ao marido que lhe seja entregue acunhada, mãe de Arta<strong>in</strong>te, que considerava ser a culpada daquela situação.Améstris deixa então emergir a v<strong>in</strong>gança de uma forma atroz sobre aquelaque considera sua rival, concretizada com a mutilação sádica e impiedosa donariz, das orelhas, dos lábios, da língua e dos seios da cunhada 33 . A ocasião queproporciona tamanha barbaridade é precisamente a do banquete real ou “CeiaReal”, como Heródoto lhe chama 34 . Em contexto herodotiano, poderíamoscitar a<strong>in</strong>da o banquete aziago de Atag<strong>in</strong>o, pouco antes da batalha de Plateias,em que um persa prevê a desgraça dos seus conterrâneos no confronto quese aproxima, permit<strong>in</strong>do o contraste entre a alegria da refeição tomada emcomum por Persas e Gregos e a morte que se anuncia e aproxima 35 .Em relação a Simónides de Ceos, há que ass<strong>in</strong>alar a antiga tradição quereferia que o poeta, depois de ter estado presente num banquete na casa dafamília de Escopas, teve de regressar ao local do festim para identificar os corposdos convivas que haviam sido soterrados, na sequência do desabamento do tectoda sala. Um dos testemunhos do episódio é Cícero, que conta que o banquete serealizou na casa de Crânon e que o tecto desabou pouco tempo depois de o poetade Ceos ter ab<strong>and</strong>onado o local 36 . O momento de festa foi, portanto, totalmenteofuscado pela tragédia que se lhe seguiu. Na verdade, as op<strong>in</strong>iões acerca dafacticidade do episódio divergem, não falt<strong>and</strong>o os autores que consideram que setrata de uma mera tradição sem qualquer fundamento verídico 37 .Uma história muito semelhante pode ser lida em Tácito e Suetónio,contemporâneos de Plutarco, a propósito do pr<strong>in</strong>cipado de Tibério. Noautor dos Annales, lemos que certo dia, enquanto Tibério jantava numa uillaconhecida como “A caverna”, pois localizava‐se numa gruta natural, a abóbadasoltou-se e parte do tecto caiu, esmag<strong>and</strong>o alguns dos servos. Tácito acrescentamesmo que terá sido Sejano, o prefeito do pretório, quem salvou o imperador,sobrepondo-se sobre o corpo do príncipe 38 . O mesmo relata Suetónio, sem noentanto se referir explicitamente a Sejano 39 . O que nos <strong>in</strong>teressa destacar desteepisódio, porém, tenha ele efectivamente ocorrido ou não, é que uma vez maiso festim foi marcado pela tragédia, sendo por isso significativa a sua <strong>in</strong>clusãona narrativa pelos historiadores antigos.32A. M. Bowie, 2003, destaca o facto de este ser um tema oriental, uma vez que exalta o reie o seu poder enquanto <strong>in</strong>divíduo; ver a<strong>in</strong>da O. Strid, 2006.33Hdt. 9, 108-13. Ver C. Soares, 2003, pp. 353-9; E. Wolff, 1964.34Hdt. 9, 110.35Hdt. 9, 16. Tema já salientado por C. Coulet, 1994, p. 64. O passo em que Heródotoconta uma das versões da forma como Cambises provoca a morte da sua esposa-irmã sugere quetudo se terá passado durante um banquete, Hdt. 3, 32. Ver a<strong>in</strong>da Hdt. 3, 34‐35; L. Edmunds,1987.36Cic., Orat. 2, 86, 351-353; Qu<strong>in</strong>t., Inst. 11, 2, 11-16.37Uma discussão do passo pode ser lida em L. N. Ferreira, 2005, pp. 138-40.38Tac., Ann. 4, 59. Trata-se da célebre gruta de Spelunca, onde foram encontradas esculturasalusivas à Odisseia.39Suet., Tib. 39.237

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