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«Symposion» and «Philanthropia» in Plutarch - Bad Request ...

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Eros em Plutarco e a apologia do amor conjugaltambém o podemos encontrar a auxiliar os outros, como pastor, lavrador ejard<strong>in</strong>eiro 10 , ou associado à natureza 11 .Foi, a<strong>in</strong>da, representado sob formas diversas: apesar de o identificarmoscom uma criança travessa e alada, esta figuração só surge no séc. III a.C. Antesdisso, ele é um jovem que acompanha o cortejo de Afrodite e é como jovemque está no friso do Pártenon.3. Poder de ErosTal como sucede com a sua genealogia e as representações, também opoder que esta div<strong>in</strong>dade exerce sobre homens e deuses é referido em <strong>in</strong>úmerosautores. A passagem de Hesíodo acima referida testemunha esta ideia: af<strong>in</strong>al, opoeta já alude ao deus como uma entidade que dom<strong>in</strong>a os outros, embora aquio seu poder seja gerador. Muitos poetas o farão também, designadamente osautores dos epigramas apresentados na secção anterior.Plutarco não foi excepção, descrevendo-o como uma div<strong>in</strong>dade com umpoder superior ao de qualquer outra. Hades, Afrodite ou Ares nada são ao pédo deus do amor. Sem o auxílio de Eros, Afrodite é <strong>in</strong>capaz de <strong>in</strong>spirar umsentimento profundo, mas somente uma relação carnal. É Eros que faz surgira afeição. Diz Plutarco 12 que, sem Eros, o trabalho de Afrodite é algo que sevende por uma dracma. Daí que n<strong>in</strong>guém corra qualquer risco por ele, se nãoestiver apaixonado (μὴ ἐρῶν). Afrodite é o prazer físico, enquanto Eros é oamor e o desejo, ideia reforçada pela segu<strong>in</strong>te afirmação: “Por isso, o prazer deAfrodite é frágil e <strong>in</strong>constante, se não for <strong>in</strong>spirado por Eros.” 13Além disso, embora haja homens capazes de partilhar com outros as suasamantes e, até, as suas mulheres 14 , nenhum amante (ἐραστής) faria o mesmocom o seu amado (ἐρόμενος), nem que fosse em troca das honras de Zeus.Hades, por seu turno, cedeu ao impulso de Eros, como se vê pelo exemplode Orfeu 15 . Quanto a Ares, o que pode o seu valor guerreiro perante a força do10Cf., respectivamente, AP. VII. 703, de Mir<strong>in</strong>o, APl. 200, de Mosco, e APl. 202.11A este respeito refira-se a relação de Eros com os jard<strong>in</strong>s, dorm<strong>in</strong>do junto das rosas (APl.338, de Juliano), ou à sombra dos plátanos (AP. IX. 627, de Mariano o Escoliasta); ou a suarelação com os animais (em AP. IX. 221, Marco Argentário descreve-o conduz<strong>in</strong>do um leão pelamão, enquanto Páladas – APl. 207 – no-lo apresenta com um golf<strong>in</strong>ho numa das mãos.12Cf. Plutarco, Erótico 759 e.13Plutarco, Erótico 759 f: Οὕτως ἀσθενἡς καὶ ἁψίκορός ἐστιν ἡ τῆς Ἀφροδίτης χάρις Ἔρωςμὴ ἐπιπνεύσαντος. Plutarque, Œuvres Morales. X : Dialogue sur l’Amour (texte établi et traduitpar R. Flacelière), Paris, 1980.14Cf. Plutarco, Erótico 759 f-760 b, onde encontramos as histórias de Gaba e de Faúlo. Oprimeiro f<strong>in</strong>gia dormir para que Mecenas pudesse desfrutar da sua mulher, enquanto o segundovestiu a mulher de homem para que ela se pudesse encontrar com Filipe V, sem que o seu <strong>in</strong>imigoNicóstrato se apercebesse do facto. Ambos pretendiam com isso obter algum benefício.15Cf. Plutarco, Erótico 761 e-f, que nos apresenta, para além desta conhecido história,alguns exemplos bem conhecidos na literatura grega: Alceste, mulher cujo amor pelo maridofoi suficiente para que Hades permitisse que Héracles a levasse de volta a Admeto; Protesilau,recém-casado com Laodamia qu<strong>and</strong>o partiu para Tróia, morto por Heitor ao desembarcar.Hades autorizou-o a regressar do seu re<strong>in</strong>o para se despedir da mulher, a quem ele dá o conselhode se suicidar para se juntar a ele (a este respeito, veja-se Luciano, Diálogo dos Mortos, 23).309

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