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«Symposion» and «Philanthropia» in Plutarch - Bad Request ...

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Maria Leonor Santa Bárbaranos poetas trágicos 3 . No entanto, Eros começa a surgir também associado aoamor e a Afrodite.Embora tradicionalmente seja considerado filho de Afrodite, nem sempreassim foi referido pelos poetas: para Alceu (fr. 327 Loeb) ele é filho de Írise de Zéfiro 4 ; Safo (cf. Schol. Teócrito 13.1-2) refere-o como filho da Terra ede Úrano; Simónides (Poetæ Melici Græci, fr. 70) faz dele filho de Ares e deAfrodite; Acusilau (cf. Schol. Teócrito 13.2) diz que é filho da Noite e de Éter;Eurípides (Hipólito, vv. 530-534) apresenta-o como filho de Zeus; Sócrates,base<strong>and</strong>o-se na narrativa de Diotima de Mant<strong>in</strong>eia (Platão, Banquete, 203cd), afirma tratar-se de uma div<strong>in</strong>dade <strong>in</strong>termédia, filho de Pénia e Poros; emApolónio de Rodes (Argonautas, III. 26) o deus é filho de Afrodite, emboranão lhe seja dado um pai. Aliás, saliente-se que esta filiação, relativamente aAfrodite, se verifica pr<strong>in</strong>cipalmente a partir do século III a.C., embora já anteso deus surja ao serviço da deusa 5 .2. Representações de ErosEros teve, ao longo do tempo, múltiplas representações, que jáapresentámos noutro local 6 . Div<strong>in</strong>dade do amor, é qualificado como ladrão ecomparado com animais como a abelha, que embora pequena provoca feridaslanc<strong>in</strong>antes. A Antologia Palat<strong>in</strong>a, sobretudo nos livros V e XII, dedicadosaos epigramas amorosos, está cheia destas referências: Mosco refere-selhecomo escravo fugitivo de Afrodite 7 , enquanto Diófanes de Mir<strong>in</strong>a 8 oacusa de ser um triplo ladrão, <strong>in</strong>solente, um <strong>in</strong>divíduo que não dorme e estásempre pronto a despojar os outros. Associada a estas representações temos adescrição que Mosco faz dele, compar<strong>and</strong>o-o com uma abelha 9 . No entanto,3Cf. Ésquilo, Danaides, fr. 44 Nauck. Aqui o deus orig<strong>in</strong>a a união do Céu e da Terra. Esta,fecundada pela chuva, produz para os homens cereais e, para os rebanhos, erva. Ver tambémSófocles, Antígona, vv. 781-800, onde Eros é um poder abstracto que governa todos os seresvivos sobre a terra, embora aqui seja também confundido com o <strong>in</strong>st<strong>in</strong>to sexual, encarnadopor Afrodite. De modo idêntico, na cosmogonia órfica, Eros terá nascido do ovo primordial,engendrado pela Noite. As duas metades deste ovo formam a Terra e o Céu.4Referido por Plutarco, Erótico 765 e.5Como é visível na taça do p<strong>in</strong>tor Le<strong>and</strong>ro, c. 460 a.C.6Primeiro, na dissertação de mestrado, <strong>in</strong>titulada Eros na Antologia Grega, apresentadaà Faculdade de Letras de Universidade de Lisboa em 1987; posteriormente na comunicação<strong>in</strong>titulada “Gr<strong>and</strong>eza e pequenez nas representações de Eros na literatura e na arte”, apresentadano IV Congresso da APEC, realizado na Universidade do Algarve, em 2004.7Cf. AP. IX. 440. Do mesmo modo, Sátiro (APl. 195), Mécio (APl. 198) e Cr<strong>in</strong>ágoras (APl.199) aludem ao deus como ladrão de corações e prisioneiro. Anthologie Grecque (texte établi ettraduit par P. Waltz), Paris, 1931-1974 (13 vols.).8Cf. AP. V. 309. Cf. AP. IX. 616, onde o deus é descrito como um ladrão, que rouba as roupasdas Cárites enquanto estas se banham.9Cf. Mosco, XIX: “Certa vez, est<strong>and</strong>o Eros, armado em ladrão, a roubar cera dos cortiços,uma abelha furiosa picou-lhe a ponta do dedo, arranh<strong>and</strong>o-o. Porque estava aflito, soprou a mão,feriu a terra com golpes, saltou e, mostr<strong>and</strong>o a Afrodite a sua dor, queixou-se-lhe que a abelhaera um animal pequeno, mas que fazia feridas pungentes. Então a mãe riu-se: «O quê? Não éstu igual às abelhas? Pequeno como és, provocas feridas lanc<strong>in</strong>antes.».”308

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