21.02.2013 Views

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As praticantes de "bruxaria" em Curitiba nesse período, inicialmente receberam<br />

referências trazidas pela imigração européia e pelo ocultismo europeu, que gradativamente<br />

adotaram os cultos afro-brasileiros, sobrevivendo imagens, representações e estereótipos.<br />

Em geral, os estereótipos e representações destas mulheres foram: mau-gênio,<br />

mulheres cruéis e terríveis e com uma extrema anti-sociabilidade. Intimamente relacionado<br />

com suas atividades, estavam as ocorrências de feitiços, malefícios e "encantamentos".<br />

Uma das expressões mais comuns neste tipo de curandeiras-bruxas é o "mau-olhado"<br />

(citada em 1899 e 1903) 71 . O mau-olhado sempre foi associado na Europa a estas<br />

personagens. FIELDING, William (s/d: 116): (...) através de toda a longa história da bruxaria,<br />

a prática deste culto sempre esteve ligada ao mau-olhado.<br />

Outras expressões semelhantes ao mau-olhado eram o chamado enquiço (em 1900) 72<br />

de possível origem afro-brasileira. Um exemplo bem claro deste tipo de prática ocorreu<br />

com a mulher denominada ANNA FORMIGA. Em 1899, surgiu nos jornais e<br />

principalmente no 'Diário', o primeiro relato de uma bruxa-curadeira moradora na rua Dr.<br />

Pedroza, atual Benjamin Lins.<br />

Suas ligações com o mal e/ou o demônio eram explicitas. Assim iniciou-se o artigo<br />

que colocamos nas páginas anteriores e referimos novamente como exemplo: (...) Anna<br />

Formiga é o nome da mulher que diz ter relações com Satanaz, cuja vontade domina. 73<br />

Após certos desentendimentos com um cabo de 13° regimento do exército (atual<br />

BELOG), ela jurou vingar-se. No dia seguinte ao incidente, o cabo encontrou na porta de<br />

sua casa, no corredor junto ao portal da rua, os seguintes objetos: (...) um pires de sal, um<br />

reis de cigarro, duas moedas de 10 reis. e um coração de cera enleado em retrozpardo. 74<br />

Utilizou-se o mesmo relato para exemplificar com mais detalhe, as representações<br />

feitas a esta curandeira/feiticeira em particular. Depois desse incidente do achado, a<br />

71 DIARIO DA TARDE. Curitiba. 08/05/1899. p. 02 e 01/10/1903. p. 01.<br />

72 DIARIO DA TARDE. Curitiba. 03/03/1900. p. 02.<br />

73 DIARIO DA TARDE. Curitiba. 08/05/1899. p. 02.<br />

74 DIARIO DA TARDE. Op. cit. p. 02.<br />

104

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!