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2.2.2 O Discurso Cientificista e o Discurso Médico<br />

Desde suas origens institucionais na sociedade brasileira do século XIX, nitidamente<br />

a medicina foi mais do que uma forma de conhecer -através do organismo humano- o<br />

corpo social, mas também uma forma específica de intervir politicamente neste corpo.<br />

Tratou-se de cuidar da saúde das pessoas e da cidade também. As regras de higiene<br />

propostas, as normas de moral e de bons costumes sexuais, alimentares, de habitação e de<br />

diversos comportamentos sociais fazem parte da maioria das propostas que os médicos<br />

submetem ao Estado Brasileiro de forma geral, do qual eram seus consultores, assessores,<br />

conselheiros e críticos. (MACHADO, etalii.: 1978).<br />

No período dos anos noventa do século XIX até os primeiros doze anos do século XX,<br />

os discursos médicos sobre a saúde revelaram ser tanto modelos de conhecimento sobre a<br />

estrutura das doenças e suas causas, como propostas de práticas de intervenção saneadora e<br />

reorganizadora do espaço físico das cidades brasileiras -sobretudo nos centros urbanos<br />

portuários- e na vida das populações, no sentido de higienizá-las e organizá-las para o tipo<br />

de relações sociais ascendentes na formação social brasileira.<br />

A questão da saúde aparece como algo fundamental, estava em uma face de<br />

dependência da economia e da sociedade brasileira vigente frente ao mercado externo.<br />

Durante todo o século XIX, a medicina desenvolveu projetos e modelos institucionais que<br />

buscam no controle do Estado uma estratégia de dominação, de controle médico do<br />

conjunto da sociedade. A medicina propôs através de seus agentes, os médicos<br />

diplomados, uma resposta, uma explicação para cada situação, principalmente quando a<br />

ordem social estivesse em jogo.<br />

Já no final do século XIX e os primeiros anos do século XX, a República e o<br />

capitalismo se impõem, inclusive de um ponto de vista médico. Criaram-se muitas<br />

propostas de intervenção sobre o espaço urbano com o propósito de saneá-lo. O modelo de<br />

saúde pública do século XIX era visto como conseqüência da desorganização da cidade,<br />

assim como o fator de manutenção, extensão e reprodução das precárias condições de saúde<br />

da população urbana. Como diz, Madel LUZ (1982): cada discurso médico, expressão de um<br />

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