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modelo específico de conhecimento, traduzia necessariamente uma proposta de intervenção<br />

médico-social.<br />

Por mais conflitantes que pudessem ser entre si estes modelos e suas próprias<br />

práticas, esses discursos médicos caracterizavam-se sempre por tomarem como interlocutor<br />

central o Estado constituído em aparelho, propunham-se a ser dele discurso e estratégia<br />

política dominante. Em outras palavras propuseram se tornar estratégia de hegemonia<br />

dominante.<br />

Essas campanhas de higienização das sociedades brasileiras assumem diversos tons<br />

teóricos, mas foram os médicos que apontaram e prescreveram novas regras de conduta<br />

pessoal e social. Curitiba não escapou dessa nova normativa e desse novo modelo de<br />

cidade. Outro aspecto importante nestas propostas do Estado e da sociedade científica e<br />

médica em geral foi o relacionado ao crescimento das cidades e o controle urbano. É cada<br />

vez mais necessário a reorganização das cidades com o lema de ordem e progresso.<br />

2.2.3 O Saber e a Prática Médica como Monopólio Científico da Sociedade<br />

Por muito tempo a figura social do médico era desprestigiada. Eram classificados<br />

como os "homens-de-ofício" socialmente inferiores aos nobres. Segundo COSTA F.<br />

(1979) essa baixa cotação social derivava da insuficiência do conhecimento empírico dos<br />

jesuítas, pajés, curandeiros, entendidos, etc. Este fato era devido a prática curativa que era<br />

essencialmente a mesma: sangria, infusões com plantas e ervas, purgativos, etc.<br />

Constituíam ainda um grupo pouco numeroso e pobre em conhecimento formal. A<br />

formação acadêmica só podia ser feita na Europa e só até a chegada do D. João 10 , que se<br />

abriu a primeira escola de Medicina no Rio de Janeiro.<br />

De modo que a assistência médica à população brasileira em geral, fazia-se através da<br />

medicina popular e de seus praticantes. Esse grupo foi aumentando em número e em<br />

credibilidade, o que prejudicou social e economicamente aos recém médicos diplomados e<br />

formados. Esta situação estendeu-se até o início do séc. XIX e foi nesse contexto que a<br />

10 FREIRE COSTA, Jurandir. Ordem Médica e Norma Familiar. São Paulo: Graal.<br />

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