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1.1.2 Ano 1899: O ano do Diário da Tarde<br />
No período que antecedeu e sucedeu ao movimento republicano, o pesquisador<br />
historiador do Brasil encontra um grande número de jornais, revistas e outros veículos de<br />
comunicação impressos, os quais, beneficiando-se do clima de agitação libertária da época,<br />
divulgavam toda sorte de idéias políticas, sociais, econômicas, etc. (BALHANA, C: 1981).<br />
A presente pesquisa intitulada Curandeirismo e Curandeiros em Curitiba (1899-<br />
1912): Discurso e Representação no Jornal Diário da Tarde, que visou identificar e<br />
analisar as representações sociais contidas no discurso jornalístico das fontes impressas da<br />
época; privilegiou o estudo do Diário da Tarde (1899-1912). Neste recorte histórico<br />
selecionado, as posições políticas e sociais assumidas pelos jornais em torno ao Curandeiro<br />
e a suas práticas populares em geral originavam divergências entre os vários órgãos da<br />
imprensa, provocando às vezes debates polêmicos que hoje são esclarecedores das<br />
proporções e dimensões que o problema tinha na época.<br />
É por isso que o historiador e antropólogo BALHANA (1981) disse que o jornal<br />
como expressão doutrinária, política e social é imagem da ideologia imánente que a<br />
sociedade propaga. O jornal como fonte constituiu então, um documento histórico e<br />
lingüístico completo e complexo, já que nele convergiam opiniões e contradições da cultura<br />
dominante. Outro aspecto interessante foi que nesse período de transição do século XIX e<br />
início do XX, aumentaram o número e qualidade de jornais e revistas, facilitando assim a<br />
escolha do recorte histórico e da fonte para ser analisada.<br />
Assim, Liliam SCHWARCZ (1987) confirmou: Esses momentos finais do século<br />
corresponderiam no período de formação da grande imprensa nacional (...) sem duvida envolvidos nesse<br />
debate enquanto segmentos da sociedade que se organizam, veiculando, refletindo e produzindo novas<br />
representações .<br />
O jornal O Diário da Tarde constitui a principal fonte gráfica imprensa utilizada na<br />
pesquisa. Começou a circular no dia 18 de março de 1899 e tinha como proprietário inicial<br />
a Estácio Correia, para anos depois ser Arthur Obino. O subtítulo do jornal era a "Folha de<br />
maior circulação", as oficinas de redação estavam localizadas na Rua 15 de Novembro,<br />
casan. 18 e tendo como custo da assinatura anual (em 1912) 24$.000. O referido jornal foi<br />
considerado pelo pesquisador da Imprensa curitibana Osvaldo PILOTTO (1976) como o<br />
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