21.02.2013 Views

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

trabalhou algumas formações discursivas 4 e algumas técnicas de análise do discurso da<br />

linha e escola francesa para a interpretação dos textos jornalísticos selecionados.<br />

Toda representação social 5 se manifesta em palavras, sentimentos ou condutas e se<br />

institucionalizam. Portanto, poderão ser analisadas a partir da compreensão da analise do<br />

discurso como técnica metodológica e como teoria. Mesmo sabendo que a linguagem<br />

traduz um pensamento fragmentário e se limita a certos aspectos da experiência<br />

existencial, freqüentemente contraditória, é necessário reconhecer que esta possui graus<br />

diversos de claridade e de nitidez em relação à realidade, a um discurso qualquer.<br />

A partir do pressuposto de que a técnica da análise do discurso aqui exposta propo-<br />

se realizar leituras críticas e reflexivas que não reduzissem o discurso escrito à análise de<br />

aspectos somente lingüísticos nem ideológicos, mas sim uma técnica de análise<br />

interpretativa e variada. Utilizaram-se alguns elementos do estudo das formações<br />

discursivas, da técnica de análise de conteúdo de jornais e revistas, próprios do referencial<br />

teórico escolhido, concernente à problemática da pesquisa. Portanto, através das análises<br />

dos textos jornalísticos, desses pedaços de significação, se busca reconstituirás várias visões<br />

e imagens da prática do curandeirismo e do próprio curandeiro em Curitiba na transição e<br />

início do século XX.<br />

E fundamental destacar que pretendeu-se entender os enunciados e as formações<br />

discursivas presentes nos textos dos artigos do Diário da Tarde , no período de 1899-1912,<br />

não como meros relatos jornalísticos. Buscou-se sobretudo a sobrecarga de sentido<br />

presente. Procurou-se entender esses discursos de representação dos curandeiros e de suas<br />

práticas, não apenas na sua dimensão pragmática ou como informações onde a linguagem é<br />

a tradução de algum sentido, mas também como a "linguagem de silêncio" 6 , onde a<br />

linguagem diz por si mesma.<br />

4 BRANDÃO, Helena nos diz que as formações discursivas, de uma formação ideológica especifica e<br />

levando em conta uma relação de classe, são as que determinam o que pode e deve ser dito, a partir de uma<br />

posição dada em uma conjuntura dada. In Introdução à analise do discurso. São Paulo: Editora da Unicamp,<br />

1998.<br />

5 O termo é uma definição acunhada por Moscovici e adotada por mim na pesquisa atual.<br />

6 Expressão utilizada por Maurice Merleau-Ponty ao explicar que a linguagem diz peremptoriamente, mesmo<br />

quando renuncia a dizer a coisa mesma. ("De Mauss e Claúde Lévi-Strauss". In Os Pensadores, p. 144)<br />

25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!