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Mortalidade Infantil<br />

Sr. Redactor do Diário da tarde, atendendo ao vosso convite para dar,minha<br />

opinião sobre a exagerada desproporção da mortalidade infantil ao obituário<br />

geral de nossa capital nestes últimos tempos, com satisfação venho a vosso<br />

encontro, embora minhas palavras pouco valor possam ter, attendendo aos meu<br />

exíguos conhecimentos da especialidade e á falta dos elementos modernos para o<br />

diagnostico bacteriológico das moléstias reinantes. Apenas seremos guiados em<br />

nossa singela opinião pela observação clinica de todos os dias e pelo grande<br />

desejo que nutrimos de sempre nos collocar ao lado de todos aquelles que se<br />

preocupam seriamente do bem estar do povo, como acontece com o Diário da<br />

Tardef...)<br />

As infecções intestinais, entero-colites, algumas vezes desynteriformes, são<br />

communs todos os annos nestes meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, tendo<br />

este anno, devido a circunstancias varias, attingido extraordinário e mortífero<br />

desenvolvimento que attrahiu a attenção de todos que se preoccupam como o<br />

Diário ', de assumto desta ordem, de elevada relevância social. (...).<br />

Dr. Reinaldo Machado. Diário da Tarde, Curitiba, 24/01/1912, p. 1<br />

Além das práticas médicas convencionais chamadas de alópatas, também<br />

existiam na cidade de Curitiba de finais do século XIX e início do XX, os homeópatas. A<br />

homeopatía foi encarada pelo saber médico alópata desde as primeiras décadas do século<br />

X3X como charlatanismo. Com o passar do tempo foi ganhando adeptos entre os próprios<br />

médicos e entre a população em geral, recebendo apoio de personalidades respeitáveis e<br />

dos jornais da cidade. Em Curitiba, o Dr. Nilo Cairo era muito respeitado na sociedade<br />

cientifica e médica, atendia numerosos pacientes entre adultos e crianças. Foi professor da<br />

Faculdade de Medicina e com certa freqüência escrevia artigos científicos no jornal Diário<br />

da Tarde como veremos no próximo fragmento a continuação:<br />

Mortalidade Infantil: Epidemia Reinante<br />

Assim começamos a entrevista com o ilustre Dr. Nilo Cairo:<br />

R: - De há muito que nos vem preocupando a assustadora mortalidade infantil<br />

nesta capital, figurando nos obituários, com dous terços de óbitos. Agora, um<br />

documento official, a mensagem do sr. Prefeito municipal, acaba de tratar do<br />

assumpto, dando como official ás apprehensões que enchem o espírito da<br />

população. Que pensa o Dr. A respeito?<br />

Dr.- Que é uma verdade. A mortalidade infantil, em todas as suas estatísticas, é<br />

sempre elevada, razão porque, em todas as partes do mundo, se fiindam Institutos<br />

de Protecção e Assistência, de que desgraçadamente nos achamos desprovidos.(...)<br />

Ao meu ver, são dous razões que a causam: a gastro-enterite commum. que<br />

costuma tomar um caracter mais grave no verão: e uma entero colite<br />

dysenteriforme desde os primeiros dias de novembro passado. (...)<br />

Nilo Cairo, Diário da Tarde, Curitiba, 23/01/1912. p. 1<br />

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