21.02.2013 Views

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Para os críticos da escravidão negra no Brasil -incluindo o grupo dos médicos<br />

diplomados-, todos esses males eram uma decorrência da presença africana. Tais<br />

patologias sociais resultam da formação de uma raça inferior, produto do cruzamento do<br />

branco com o negro ou o índio. Em meio a tais debates das diferentes correntes liberais e<br />

as disputas científicas da escola de direito e da medicina, o argumento racial continuava<br />

oportuno, quando retiradas às conclusões mais radicais. Lembra também Lilia Moritz<br />

SCHWARCZ (1993):<br />

Justificava teoricamente desde a construção de projetos políticos conservadores<br />

até a existência de hierarquias rígidas, agora cientificamente explicadas.<br />

Assim, ao se adotar o jargão evolucionista e racial das elites letradas acabavam<br />

assumindo uma espécie de consciência de atraso, também buscavam nele<br />

respaldo para redimensionar uma discussão sobre a igualdade entre os homens<br />

e, por conseguinte, sobre critérios de cidadania.<br />

A utopia civilizatória pareceu encontrar solo mais fértil nas regiões menos marcadas<br />

pelo elemento negro, como é o caso do Estado do Paraná. Ali a herança cultural branca<br />

teve melhores condições de materializar-se rapidamente. Neste sentido, na cidade de<br />

Curitiba se debateu sobre o campo de possibilidades e perspectivas que se abriram com a<br />

vinda dos europeus imigrantes. Segundo eles: estes reúnem os elementos necessários ao<br />

triunfo da moderna nacionalidade, do ponto de vista dos europeus, elas simbolizam a possibilidade<br />

de recriar um modelo de Europa que tende a desaparecer. Uma Europa rural (MORAES PAZ, F:<br />

1995).<br />

Por isso a maior parte dos imigrantes trazidos ao Paraná eram agricultores. O final<br />

do século XIX e início do XX constituíam-se como tempos de profunda valorização das<br />

ciências; no campo da física, da matemática, da biologia e da medicina. O homem iria<br />

fundamentar o moderno conhecimento. O positivismo inaugura o cientificismo -isto é , á<br />

busca de leis gerais, de respostas científicas para explicar o mundo- com o apoio e triunfo<br />

do evolucionismo apregoado por Darwin e pelo Darwinismo social.<br />

Nesta época de transição prevaleceu uma razão científica. O cientista precisou levar<br />

a verdade ao mundo das aparências e esta verdade se revelou através de discursos que<br />

recortavam e reordenavam a sociedade e que buscavam garantir a difusão das luzes no<br />

mundo das sombras. Esse profundo interesse no cientificismo e na evolução do<br />

pensamento médico e científico em geral pode-se evidenciar nos editoriais semanais do<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!