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maioria, irão caracterizar em décadas posteriores, os "despachos" da macumba e umbanda,<br />

por exemplo, (sal, cigarros, dinheiro). 81 O Peter HAINING (1971:67) disse que: sal é um<br />

elemento constante na magia desde a Antigüidade e é utilizado tanto em feitiços como em rituais<br />

de evocação e de defesa e proteção.<br />

O cigarro, o óleo, o fumo e as duas moedas funcionavam como elementos simbólicos<br />

de oferenda, isto é, foram ofertas fornecidas a gênios, entidades, espíritos ou seres<br />

sobrenaturais, com o fim de auxílio de um objetivo ou realização de mágica. Não há<br />

elementos suficientes para definir se estas entidades eram de influência africana ou<br />

européia. Mas pode-se afirmar que sempre apareçam associadas as práticas médicas,<br />

mágicas e religiosas.<br />

O folclorista Câmara CASCUDO (1954:28) também observa o emprego de partes do<br />

corpo para uso de feitiços: (...) roupa, cabelo, unha, dente, saliva, sangue, suor, urina, roupa,<br />

tudo serve para manter o contato com o corpo.<br />

Os cabelos e as unhas eram as partes do corpo humanas mais utilizadas para os<br />

malefícios. Representavam integralmente a pessoa. Por conseqüência, o uso destes<br />

elementos mágico-religiosos está ligado à lei da contigüidade da magia de contágio,<br />

definida por Frazer: toda parte é equivalente ao todo que pertence 82 . A bruxa, a<br />

curandeira ou feiticeira, para atuar ritualisticamente sobre estes elementos, poderia<br />

produzir os efeitos desejados sobre o indivíduo: seduzí-lo, enfeitiçá-lo e até matá-lo.<br />

E como disse Paula MONTERO (1986:24): (...) a essência dos objetos inanimados, e as<br />

pessoas estariam contidas em cada parte dos elementos. Assim, todo osso de um morto continha a<br />

morte, todo fio de cabelo continha o princípio vital da pessoa.. 83<br />

A rã, os sapos e outros bichos semelhantes eram comuns em feitiços europeus e que<br />

também foram encontrados nos casos registrados pelo Diário da Tarde em Curitiba.<br />

CASCUDO (1954:696) diz a respeito: a rã é um elemento indispensável nas bruxarias,<br />

servindo de paciente para a transmissão mágica do feitiço (...) o sapo é símbolo de fecundidade e<br />

de paixão erótica.<br />

81 BASTOS, Abguar. Os cultos mágico-religiosos no Brasil. São Paulo: Ed. Hucitec, 1979.<br />

82 MONTEIRO, Paula. Op. Cit. p. 23<br />

83 MONTERO, Paula. Op. Cit. p. 24<br />

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