D - BARBOSA, MARIA ALEJANDRA ROSALES VERA.pdf - DSpace ...
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acontecimento material ou psíquico, idéia, (...) A representação se assemelha ao símbolo, ao signo.<br />
Com eles, ela remete a outra coisa. Não existe representação social que não seja de um objeto,<br />
mítico ou imaginário.<br />
As representações sociais -no caso da representação dos curandeiros- participam de<br />
um contexto dinâmico no qual elas são construídas e reconstruídas pelos sujeitos sociais,<br />
que a transformam de acordo a suas necessidades. MOSCOVICI (1994) reforça ainda o<br />
papel da representação quando afirma que representar algo não é apenas repetir ou<br />
reproduzir esse objeto: representar é reconstruir, modificar, retocar. A representação é algo<br />
construído socialmente. E uma forma de conhecimento em que, o social intervém de várias<br />
maneiras, seja através do contexto em que os sujeitos o constroem, pela comunicação<br />
existente entre eles, ou pelos valores que possuem e que constituem suas bagagens<br />
culturais. A construção e comunicação de uma representação se dão no meio social, já que<br />
é através dela que os sujeitos compreendem e interpretam diferentemente situações nas quais eles<br />
se encontram (JODELET: 1984).<br />
Desse modo o caráter social das representações foi algo fundamental para a<br />
compreensão da análise em questão. Entendeu-se que a característica de construir um<br />
discurso, comunicar e difundir socialmente as concepções e valorações de determinados<br />
grupos sócio-culturais foi o tema deste trabalho que se articulou com o conceito de<br />
representações sociais anteriormente expostas. Esta noção tornou-se primordial na medida<br />
em que se procurou analisar o discurso das representações sociais feitas aos curandeiros e<br />
suas práticas em Curitiba de final do século XDt e início do século XX.<br />
Desta mesma forma, na busca de entender estas representações dos curandeiros e do<br />
curandeirismo nesse contexto, se fez necessário analisar os fundamentos ideológicos da<br />
sociedade implícitos no discurso que no inicio foi denominado de 'institucional', o dos<br />
jornais, especificamente do jornal Diário da Tarde. Para isso, utilizou-se a teorização<br />
proposta por Pierre BOURDffiU (1996,1998).<br />
A obra de BOURDffiU (1996,1998) firmou-se ao longo dos últimos quarenta anos<br />
como uma das mais inovadoras na área das ciências sociais, influenciando numerosas<br />
pesquisas sociológicas, antropológicas e históricas em todo o mundo. Segundo Bourdieu, é<br />
possível distinguir posturas que lidam com sistemas de fatos e representações recobertos<br />
pelo conceito de cultura: de um lado se considerou a cultura em qualidade de instrumento<br />
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