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Especificamente no período de 1889-1912, os atores políticos começam a ser<br />
respectivamente os movimentos sociais e as associações de classes ou grupos ligados ao<br />
problema de saúde e às condições sociais de vida. Criaram-se sindicatos, partidos políticos,<br />
associações médicas ou instituições centrais como a Faculdade de Medicina, Academia<br />
Nacional de Medicina e outras. No Paraná, e especificamente em Curitiba, a criação do<br />
Sindicado e da Associação Médica do Paraná ocorre na entrada dos anos trinta do século<br />
XX.<br />
Os primeiros médicos brasileiros de reconhecimento nacional e internacional foram<br />
Oswaldo Cruz e Nina Rodrigues. Oswaldo Cruz teve sua atuação principal no combate da<br />
febre amarela no Rio de Janeiro e sua participação na fundação do Instituto de Soroterapia<br />
de Manguinhos em 1901. Outro centro de produção científica era a Faculdade de Medicina<br />
da Bahia cujas especializações eram a perícia médico-legal e a pesquisa antropológica<br />
sobre as relações raciais a partir da obra de Nina Rodrigues. De modo que o discurso<br />
produzido pelos médicos de ambos os centros clamava por maior autonomia das<br />
instituições médicas e reivindicava a penetração deste campo de saber junto a outros.<br />
Imbuídos do desejo e da ânsia de atingir a sociedade, os médicos curitibanos também<br />
pensavam a constituição de seu saber, levando em consideração questões teóricas e práticas<br />
de sua aplicação. Diversos debates sobre a higiene, sobre os medicamentos, sobre as<br />
epidemias que mais afetavam a cidade, mortalidade infantil e outros eram comumente<br />
publicados no jornal Diário da Tarde em forma de colunas fixas semanais como veremos<br />
nos exemplos seguintes:<br />
Ao sr. Dr. Franco Grilho<br />
(...) Em primeiro lugar, pede permissão para expor umas idéias geraes sobre<br />
therapeutica. Refere-se a umas lições ouvidas há 30 anos em Nápoles, quando<br />
inicio-se a nova escola positiva de medicina experimental. Diz que os médicos são<br />
os culpados da descrença geral do povo nos meios therapeuticos, pois confiarem<br />
demais na acção dos específicos e pouco ou nada nas forças naturaes<br />
physiologicas que auxiliam ejficazmente a reconstituição orgânica. O meu intento<br />
não é rejutar; é simplesmente tornar-me o echo das palavras do illustre collega,<br />
para demonstrar ao leitor que o conteúdo não está de accordo com o rótulo (...). A<br />
hygiene, preocupándose com todas as individualidades clinicas e as circunstancias<br />
do meio em que encontra os doentes, tem feito nestes últimos quinze annos, uma<br />
verdadeira revolução na therapeutica, restringindo singularmente o emprego dos<br />
meiospharmaceuticos. (...).<br />
Diário da Tarde. Curitiba, 09/10/1900, p. 1.<br />
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