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Isto poderia prejudicar a construção das personagens, se levarmos em<br />

consideração o seguinte trecho de Paulo Emílio Salles Gomes:<br />

As indicações a respeito de personagens, que se encontram anotadas no papel ou na cabeça de<br />

um argumentista-roteirista-diretor, constituem apenas uma fase preliminar de trabalho. A<br />

personagem de ficção cinematográfica, por mais fortes que sejam suas raízes na realidade ou<br />

em ficções pré-existentes, só começa a viver quando encarnada numa pessoa, num ator.<br />

Chegados a este ponto, está prestes a revelar-se a profunda ambiguidade da personagem<br />

cinematográfica. Se a encarnação se processa através de uma pessoa, de um ator que nos é<br />

desconhecido, (...) ele fica sendo a personagem e não há maiores problemas. (GOMES: 1976,<br />

p. 114)<br />

Contudo, os atores cumprem muito bem seus papéis, trazendo, inclusive, uma<br />

riqueza maior para a cena com os improvisos e diálogos criados durante os ensaios. Há<br />

cenas que, de tão improvisadas, parecem reel gags, ou seja, os erros durante as<br />

filmagens, o que só tornou o filme mais divertido e autêntico. O material bônus do DVD<br />

inclui cenas de ensaios e maquiagem nas quais pode ser vista a contribuição de Jim<br />

Carrey para a versatilidade de Olaf e seus disfarces. Nestas cenas Jim aparece testando<br />

sotaques e posturas e criando falas improvisadas.<br />

A passagem de um volume do livro para o próximo se dá de maneira rápida e<br />

ágil. Poucas cenas foram criadas sem ter uma equivalência nos livros (como a cena em<br />

que Olaf prende as crianças num carro estacionado em cima da linha férrea e Violet tem<br />

de inventar um artefato para salvar a si e aos irmãos de serem atingidos pelo trem). A<br />

abertura do filme é uma enganação – mais um dos truques de Snicket – mas o narrador<br />

logo informa que aquele filme bonitinho e florido não é o que será exibido a seguir.<br />

Corta então para os Baudelaire na Praia do Sal recebendo do Sr. Poe a notícia da<br />

morte de seus pais. Daí em diante Olaf entra na história e os maus tratos começam, até<br />

que a cena do trem interrompe a sequência do livro 01 e o Sr. Poe logo leva os órfãos<br />

para a casa do tio Monty, que também não demora a ser morto. A passagem do livro 02<br />

é muito dinâmica e ele chega ao fim depressa. A parte referente ao volume 03 também é<br />

contada depressa, tendo o maior clímax na cena em que a casa da tia Josephine cai aos<br />

pedaços por causa do furacão.<br />

Depois da morte da tia, o roteiro retoma a metade final do primeiro livro, que<br />

consiste na cena da peça/casamento envolvendo Violet e Olaf. O final do filme é, na<br />

verdade, o final do primeiro livro, e, assim como nos livros, o desenlace não é de todo<br />

satisfatório. O filme não consegue responder a todas as perguntas que surgem no<br />

espectador.<br />

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