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livro de Neil Gailman, Coraline, quando esta obra de terror juvenil foi relançada por ter<br />

ganhado uma adaptação para o cinema.<br />

Este livro conta uma história fascinante e perturbadora que quase me matou de susto. A menos<br />

que você queira se esconder debaixo de sua cama, com o dedo na boca, tremendo de medo e<br />

fazendo toda a espécie de sons estranhos, sugiro que largue o livro devagarinho e vá procurar<br />

uma diversão mais leve, algo assim como um crime sem solução, por desvendar. (SNICKET<br />

apud GAIMAN, 2003: quarta capa)<br />

A obra literária contemporânea e suas personagens, portanto, não se limitam<br />

mais apenas à existência em palavras impressas. Mesmo o escritor não é o único<br />

“dono” de sua obra, uma vez que seu conteúdo pertence a cada leitor/receptor, que<br />

absorve e transforma a informação emitida por ele e se apropria a ponto de criar além<br />

do que foi publicado. A democratização do acesso aos meios de produção permite que<br />

grande parte do público tenha condições hoje de pegar uma câmera e fazer sua<br />

adaptação fílmica caseira e distribuí-la pela internet. Houve quem produzisse<br />

animações contando as histórias dos livros que não entraram na adaptação para o<br />

cinema, como, por exemplo, o video Serraria Baixo Astral, disponível no YouTube 11 .<br />

4.1 – Lemony Snicket versus Daniel Handler<br />

Há em Snicket um problema epistemológico que melhor se explica nas palavras<br />

de Rosenfeld (1976):<br />

É porém a personagem que com mais nitidez torna patente a ficção, e através dela a camada<br />

imaginária se adensa e se cristaliza. Isto é pouco evidente na poesia lírica, em que não parece<br />

haver personagem. Todavia, expresso ou não, costuma manifestar-se (...) um “Eu lírico” que<br />

não deve ser confundido com o Eu empírico do autor. (ROSENFELD, 1976: 21)<br />

Lemony comporta-se quase como um alter-ego de Daniel Handler. Nas sessões<br />

de autógrafos, Handler costuma brincar dizendo que o escritor Lemony não pôde<br />

comparecer e que ele veio em seu lugar (Revista Recreio, edição n° 253, 13/01/2005).<br />

Mesmo as entrevistas cedidas, ora como Handler, ora como Snicket, contribuem<br />

para a consolidação da diegese da obra. Por exemplo, em entrevista ao website A. V.<br />

Club 12 , perguntado sobre qual instrumento musical ele gostava de tocar, Snicket afirma<br />

11 The Miserable Mill, direção de Stephen Horn e produção de Dayakar Padayachee (produzido pela<br />

Bouncing Biscuit Studios e apresentado por Stikel Media & Entertainment e Dayakar Productions),<br />

disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=Tk4RLKUhAn4<br />

12 Texto original e tradução constantes nos anexos<br />

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