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O programador visual ou o ilustrador devem ter um apurado conhecimento de projeto gráfico<br />

para que possam transformar o livro em um objeto físico e sensorial, de contemplação estética.<br />

(...) A atenção aos aspectos plásticos de um livro não se justifica somente no auxílio à<br />

competição e à concorrência, como se o livro fosse um produto de prateleira. Tal esmero com o<br />

gráfico é para inserir a eternidade do livro na contemporaneidade – esta é sua função maior. O<br />

legado artístico que movimentos nos deixaram é o salvo-conduto para essa inserção.<br />

(OLIVEIRA, Ruy de, 2008: 45)<br />

Quanto à classificação das Desventuras em Série como obra estética ou obra de<br />

massa, já foi mencionada anteriormente uma ambiguidade. É uma obra estética que se<br />

aproveita da elaboração das obras de consumo em massa. O livro estético quer ser<br />

vendido em larga escala, e por isso, Snicket, de forma inteligente, engana o leitor best-<br />

seller, para que este compre o livro, embora a narrativa da obra demonstre uma<br />

preocupação maior para com o leitor estético. Jauss discursa sobre a arte vista como<br />

mercadoria:<br />

O discurso pouco crítico sobre o “caráter de mercadoria” da arte, mesmo sob as condições da<br />

sociedade industrial, não considera que, até mesmo os produtos da “indústria da cultura”,<br />

permanecem como mercadorias sui generis, cujo caráter permanente de arte é tão pouco<br />

compreendido pelas categorias de valor de uso e de mais-valia, quanto a sua circulação o é pela<br />

relação de oferta e procura. É só de modo parcial que a necessidade estética é manipulável,<br />

pois a produção e a reprodução da arte, mesmo sob as condições da sociedade industrial, não<br />

consegue determinar a recepção: a recepção da arte não é apenas um consumo passivo, mas<br />

sim uma atividade estética, pendente da aprovação e da recusa, e, por isso, em grande parte não<br />

sujeita ao planejamento mercadológico. (JAUSS, 2001: 56-57)<br />

E por ser contemporânea, a obra de Snicket extrapola o limite gráfico/editorial<br />

ao se incluir em outras mídias. Parte da obra (os três primeiros volumes) foi adaptada<br />

para o cinema e produziram-se comerciais de TV para promover os lançamentos de<br />

cada volume. Um deles, que anunciava o último volume, propunha contar em 120<br />

segundos toda a história dos 12 livros anteriores para quem ainda não tinha lido nenhum<br />

e desejasse ler o último. Este comercial foi transmitido a um número maior de<br />

espectadores, por ter sido lançado também no site YouTube 18 . Por fim, um web site 19<br />

sobre a série foi criado, com textos assinados por Lemony Snicket, no qual são<br />

divulgados novos produtos com a assinatura do autor.<br />

18 Disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=ej3hAZ1QnqA<br />

19 Endereço: http://www.lemonysnicket.com/<br />

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