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6.2 - Classificação etária<br />

Como pode uma série aparentemente destinada a crianças e adolescentes ter<br />

conquistado também o público adulto? Seria mesmo esta coleção uma obra infanto-<br />

juvenil ou também trata-se de uma “jogada” de marketing de psicologia reversa dizendo<br />

aos adultos que não devem ler aquilo para instigar sua curiosidade?<br />

O mercado editorial – incluindo a editora que publicou a série – vive uma<br />

enorme instabilidade. Não se pode prever o sucesso de uma obra literária até que ela<br />

chegue às prateleiras, daí a preocupação dos editores em garimpar novos talentos e<br />

consultar especialistas da área a fim de poder especular se aquele produto (o livro) será<br />

consumido em grande escala.<br />

A literatura infantil e juvenil é, antes de infantil e juvenil, LITERATURA. E esta<br />

arte se destina a quem quer que possa por ela se interessar – exceto em casos de obras<br />

inadequadas para menores. A série aqui analisada possui um caráter ambíguo, devido à<br />

própria fluência de sua narrativa e ao sarcasmo diversas vezes empregado.<br />

Vulgarmente, a expressão “literatura infantil” sugere de imediato a ideia de belos livros<br />

coloridos destinados à distração e ao prazer das crianças em lê-los, folheá-los ou ouvir suas<br />

histórias contadas por alguém. Devido a essa função básica, até bem pouco tempo, a literatura<br />

infantil foi minimizada como criação literária e tratada pela cultura oficial como um gênero<br />

menor.<br />

Ligada desde a origem à diversão ou ao aprendizado das crianças, obviamente sua matéria<br />

deveria ser adequada à compreensão e ao interesse desse peculiar destinatário. E como a<br />

criança era vista como um “adulto em miniatura”, os primeiros textos infantis resultaram da<br />

adaptação (ou da minimização) de textos escritos para adultos. Expurgadas as dificuldades de<br />

linguagem, as digressões ou reflexões que estariam acima da compreensão infantil; retiradas as<br />

situações ou os conflitos não-exemplares e realçando principalmente as ações ou peripécias de<br />

caráter aventuresco ou exemplar... as obras literárias era reduzidas em seu valor intrínseco, mas<br />

atingiam o novo objetivo: atrair o pequeno leitor/ouvinte e levá-lo a participar das diferentes<br />

experiências que a vida pode proporcionar, no campo do real ou do maravilhoso.<br />

Compreende-se, pois, que até bem pouco tempo, em nosso século [séc. XX], a literatura<br />

infantil fosse encarada pela crítica como um gênero secundário, e fosse vista pelo adulto como<br />

algo pueril (nivelada ao brinquedo) ou útil (nivelada à aprendizagem ou meio para manter a<br />

criança entretida e quieta). (COELHO. 2000: 29-30)<br />

Se para um leitor infantil os trechos abaixo, por exemplo, podem ter caráter<br />

meramente informativo, para adultos pode indicar plena ironia ao explicar termos que<br />

talvez não façam parte do vocabulário de uma criança:<br />

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