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mais que um escritor pense num público-alvo quando escreve, é a editora quem vai<br />
direcionar a faixa etária.<br />
Nely Novaes Coelho classifica o leitor infanto-juvenil da seguinte maneira<br />
(COELHO, 2000: 37-40):<br />
a) Pré-leitor: categoria inicial que abrange duas fases. A primeira é chamada de<br />
“primeira infância” (dos 15/17 meses aos 3 anos), quando a criança começa a<br />
conquista da própria linguagem e passa a nomear coisas). Na “segunda<br />
infância” (a partir dos 2/3 anos) predominam o valores vitais e sensoriais e a<br />
criança passa a ser sugestionada por imagens.<br />
b) Leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos): fase de aprendizagem da leitura,<br />
predomínio na leitura ainda é em relação a imagens. Os textos já existem,<br />
mas elaborados com palavras de sílabas simples e frases curtas nominais.<br />
c) Leitor-em-processo (a partir dos 8/9 anos): Surge atração pelos desafios e<br />
pelos questionamentos de toda espécie. Requer um esquema linear (início,<br />
meio e fim).<br />
d) Leitor fluente (a partir dos 10/11 anos): Fase de consolidação do domínio do<br />
mecanismo da leitura e da compreensão do mundo expresso no livro. A<br />
leitura segue apoiada pela reflexão. O leior está mais engajado em se<br />
concentrar e as imagens já não são indispensáveis.<br />
e) Leitor crítico (a partir dos 12/13 anos): Fase de total domínio da leitura,<br />
podendo atingir a visão de mundo ali presente. Desenvolve o pensamento<br />
reflexivo e crítico.<br />
Assim, a inclusão do leitor em determinada “categoria” depende não apenas de sua faixa etária,<br />
mas principalmente da inter-relação entre a sua idade cronológica, nível de amadurecimento<br />
biopsíquico-afetivo-intelectual e grau ou nível de conhecimento/domínio do mecanismo da<br />
leitura. Daí que as indicações de livros para determinadas “faixas etárias” sejam sempre<br />
aproximadas. (COELHO, 2000: 32)<br />
Não é incomum no mercado norte-americano que livros “infanto-juvenis” que<br />
abarcaram grande parte do público adulto sejam reeditados com capas diferenciadas,<br />
com uma fotografia em vez de um desenho, de modo que o consumidor adulto não se<br />
sinta constrangido ao ler o livro em locais públicos. A série Harry Potter, por exemplo,<br />
teve duas edições diferenciadas para adultos em alguns países. Foi relançada com capa<br />
de couro e com fotografias em preto e branco ou em cores sóbrias que remetiam a<br />
situações da obra sem acusar, entretanto, o caráter mágico da obra. Na capa de Harry<br />
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