12.04.2013 Views

Download Monografia - Tag Cultural

Download Monografia - Tag Cultural

Download Monografia - Tag Cultural

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

de uma determinada sociedade. Isso é necessário a fim de se discernir como a expectativa e a<br />

experiência se encadeiam e para saber se, nisso, se produz, um momento de nova significação.<br />

No entanto, o estabelecimento do horizonte de expectativa interna ao texto é menos<br />

problemático, pois derivável do próprio texto, do que o horizonte de expectativa social, que<br />

não é tematizado como contexto de um mundo histórico. Por isso, enquanto a psicologia do<br />

processo de recepção for tão pouco esclarecida quanto o papel e a produção da experiência<br />

estética no sistema das estruturas de ação de um mundo histórico, é pouco apropriado esperar-<br />

se um esclarecimento total sobre o comportamento dos leitores pelas análises fundadas em<br />

classes e camadas, bem como procurar na literatura da moda, a literatura trivial e de consumo,<br />

a mais rigorosa expressão das relações econômicas e os interesses disfarçados de poder.<br />

(JAUSS, 2001: 49-50)<br />

O horizonte de expectativa é uma característica fundamental de todas as<br />

situações interpretativas. Para Jauss, o horizonte de expectativa de um texto diz respeito<br />

às expectativas que o leitor nutre em relação ao texto. Mas é com base na teoria de<br />

Stierle que exponho tal característica:<br />

Se a ficção for interpretada como uma indicação para o cumprimento de uma figura de<br />

relevância, exigida por sua forma, daí decorrerá a pergunta sobre até que ponto o leitor porá em<br />

jogo o mundo como horizonte de ficção e quais as conseqüências disso quanto à distância<br />

histórica entre o texto e a recepção. Por fim, com a pergunta complementar sobre a função vital<br />

da ficção, i.e., sobre a ficção como “horizonte do mundo”. (STIERLE, 2001: 137)<br />

O horizonte de expectativa de um leitor está diretamente ligado ao seu repertório<br />

particular. Membros de uma mesma sociedade tendem a compartilhar sensos comuns, i.<br />

e., equilíbrio de significações simbólicas, padrões comportamentais (cumprimento de<br />

regras, tipo de vestuário, hábitos alimentares etc.) e valores morais. Estes elementos<br />

variam tanto de uma sociedade para outra como de um tempo para outro ou entre<br />

indivíduos de uma mesma sociedade.<br />

Cada informação, conhecimento ou ponto de vista que um indivíduo absorve<br />

contribui para a formação de seu repertório. Mesmo membros de uma mesma família<br />

que residem juntos possuem conhecimentos diferentes.<br />

Se o escritor dá instruções para o leitor imaginar, o leitor, por sua vez, é um imaginador.<br />

Imagina, quer dizer, busca na sua memória experiências vividas e seleciona imagens e as<br />

recria, visando torná-las coerentes com o contexto. Esse modelo, talvez excessivamente<br />

subjetivista, parece, no entanto, explicar certos desvios de interpretação, certas associações<br />

não-autorizadas pelo contexto, enfim, certas “viagens” dos leitores.<br />

No caso de leitores iniciantes, a falta de conhecimento linguístico, de conhecimento de mundo<br />

ou de experiências pessoais compatíveis com as situações do texto pode dificultar o encontro<br />

de imagens coerentes e, dessa forma, comprometer a compreensão. (CAMARGO, 2006: 10)<br />

84

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!