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como um fractal e mesmo converter-se em uma parte de conjunto ou de<br />

22<br />

série, de réplica e repetição indefinida . – Essa nos parece uma concepção<br />

a partir da qual vemos variega<strong>do</strong>s processos inseri<strong>do</strong>s em um caos<br />

imensamente crescente e veloz, no qual as ordens se fractalizam à medida<br />

que a realidade se fragmenta.<br />

*<br />

A etnografia se firmou enquanto méto<strong>do</strong> antropológico de pesquisa<br />

desde os primórdios da disciplina e continua em vigor até nos dias de hoje,<br />

sen<strong>do</strong> usada como recurso eficaz para muitos casos. Todavia, ao ser<br />

aplicada em estu<strong>do</strong>s dedica<strong>do</strong>s à civilização, como podemos já de antemão<br />

perceber, esse méto<strong>do</strong> é tão somente capaz de realizar a descrição de uma<br />

realidade puramente parcelar ou estrutural fragmentária.<br />

Entendemos que a importância da descrição é legitima enquanto um<br />

recurso meto<strong>do</strong>lógico de análise fenomenológica. Porém, sua limitação nos<br />

leva à inquietação <strong>do</strong> pensamento que deseja ultrapassar a experiência em<br />

direção aos estu<strong>do</strong>s de suas condições e possibilidades, orientan<strong>do</strong>-os à<br />

investigação das vivências e das dinâmicas entrópicas que as realizam.<br />

Portanto, em relação aos estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s processos civilizatórios, trata-se não<br />

apenas de uma mera descrição, em parte relevante, porém ainda mais<br />

fundamental afigura-se-nos um aprofundamento concernente ao<br />

inconsciente entrópico da totalidade social desfigurada, nas condições atuais.<br />

Com efeito, reconhecer a fragmentação da existência social e suas<br />

peripécias não nega em absoluto a existência de fatos abrangentes em<br />

extensão e conseqüências. Na sociedade que se integra pela primeira vez<br />

enquanto espécie humana em âmbito planetário, deve haver algo que<br />

perpassa toda uma diversidade entrópica vivenciada: precisamente o que<br />

chamamos de fatos globais. Portanto, o primeiro passo a ser da<strong>do</strong> nos<br />

estu<strong>do</strong>s da Machinapolis como corpo pleno da civilização contemporânea<br />

23<br />

tende a ser a construção <strong>do</strong>s conceitos de vivência e de fato global .<br />

Vemos então se materializarem, ante nossas idéias, várias<br />

questões: o que vem a ser ou como podemos caracterizar um fato global,<br />

sen<strong>do</strong> que esse fato deve manifestar um elo, mínimo que seja, com a<br />

totalidade de uma sociedade de ordens fractalizadas em uma realidade<br />

materialmente fragmentada e em constante transformação? Como<br />

podemos compreender os acontecimentos globais na contemporaneidade?<br />

Ou antes, não será melhor perguntar quais podem ser os fatos globais e<br />

como vieram a se efetivar?<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 125

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