Download do livro - cchla - UFRN
Download do livro - cchla - UFRN
Download do livro - cchla - UFRN
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 146<br />
NOTAS<br />
1 Ver Karl Marx, “Um erro duplo em Hegel”, in Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos (Os<br />
Pensa<strong>do</strong>res). São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 36-38.<br />
2 Tal terminologia caracterizou, desde mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, uma formalização histórica dita revolucionária,<br />
que visava derrubar o regime capitalista de governo burguês, sob a regência <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s comunistas<br />
dissemina<strong>do</strong>s nos países europeus progressistas, e outros ainda sociais-democratas de cunho nacionalistas<br />
que se expandiram pelo mun<strong>do</strong> afora. Acerca <strong>do</strong> assunto, reportar-se ao verbete “Comunismo”, no Dicionário<br />
<strong>do</strong> pensamento marxista. Edita<strong>do</strong> por Tom Bottomore. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p. 71-73.<br />
3 Ver Karl Marx e Friedrich Engels, A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1998.<br />
4 “¿Qué es el cuerpo? Solemos definirlo decien<strong>do</strong> que es un campo de fuerzas, un medio nutritivo disputa<strong>do</strong><br />
por una pluralidad de fuerzas. Porque, de hecho, no hay 'medio', no hay campo de fuerzas o de batalla. No<br />
hay cantidad de realidad, cualquier realidad ya es cantidad de fuerza. Unicamente cantidades de fuerza, 'en<br />
relación de tensión' unas con las otras. Cualquier fuerza se halla en relación con otras para obedecer o para<br />
mandar. Lo que define a un cuerpo es esta relación entre fuerzas <strong>do</strong>minantes y fuerzas <strong>do</strong>minadas. Cualquier<br />
relación de fuerzas constituye un cuerpo: químico, biológico, social, político”. Gilles Deleuze, “II – Activo y<br />
Reactivo, § 1, El cuerpo”, in Nietzsche y la filosofía. Barcelona: Editorial Anagrama, 6ta edición. – Em outra<br />
passagem <strong>do</strong> mesmo capítulo, “§ 6, ¿Qué es la voluntad de poder?”, lemos: que é a vontade? “La voluntad de<br />
poder es: el elemento genealógico de la fuerza, diferencial y genético a la vez. La voluntad de poder es el<br />
elemento del que se desprenden a un tiempo la diferencia de cantidad de las fuerzas en relación, y la<br />
cualidad que, en esta relación, corresponde a cada fuerza. Aquí revela su naturaleza la voluntad de poder: es<br />
el principio de la síntesis de las fuerzas”.<br />
5 Michel Foucault faz uma elaboração interessante acerca dessa questão, abordan<strong>do</strong> a demarcação<br />
epistêmica <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> histórico que vai '<strong>do</strong> homem-corpo' ao 'homem-espécie'. Nas suas próprias palavras:<br />
“Logo, depois de uma primeira tomada de poder sobre o corpo que se fez consoante o mo<strong>do</strong> da<br />
individualização, temos uma segunda tomada de poder que, por sua vez, não é individualizante mas que é<br />
massificante, se vocês quiserem, que se fez em direção não <strong>do</strong> homem-corpo, mas <strong>do</strong> homem-espécie.<br />
Depois da anátomo-política <strong>do</strong> corpo humano, instaurada no decorrer <strong>do</strong> século XVII, vemos aparecer, no fim<br />
<strong>do</strong> mesmo século, algo que já não é uma anátomo-política <strong>do</strong> corpo humano, mas que eu chamaria de uma<br />
'biopolítica' da espécie humana”. Cf. “Aula de 17 de março de 1976”, in Em defesa da sociedade. São Paulo:<br />
Martins Fontes, 1999, p. 289.<br />
6 Ver Friedrich Nietzsche, Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, II,<br />
§ 3-6, p. 51, 55: “Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quan<strong>do</strong> o homem sentiu a<br />
necessidade de criar em si uma memória; os mais horren<strong>do</strong>s sacrifícios e penhores (...), as mais repugnantes<br />
mutilações (...), os mais cruéis rituais de to<strong>do</strong>s os cultos religiosos (todas as religiões são, no seu nível mais<br />
profun<strong>do</strong>, sistemas de crueldades) – tu<strong>do</strong> isso tem origem naquele instinto que divisou na <strong>do</strong>r o mais<br />
poderoso auxiliar da mnemônica”. – “(...) imaginar com to<strong>do</strong> o vigor até que ponto a crueldade constituía o<br />
grande prazer festivo da humanidade antiga, como era o ingrediente de quase todas suas alegrias”.<br />
7 Cf. Friedrich Nietzsche, Humano, demasia<strong>do</strong> humano: um <strong>livro</strong> para espíritos livres. São Paulo:<br />
Companhia das Letras, 2000, § 3. – Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais. São Paulo: Companhia<br />
das Letras, 2004, § 30. – A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, § 23, p. 74, onde se lê:<br />
“Concebo apenas que a crueldade se torna refinada, e que suas formas mais antigas ofendem o gosto; mas os<br />
ferimentos e tormentos com o olhar e a palavra atingem a sua máxima evolução em tempos corrompi<strong>do</strong>s –<br />
somente então nasce a malícia e o prazer na malícia. Os homens das épocas de corrupção são espirituosos e<br />
calunia<strong>do</strong>res; eles sabem que há outras espécies de assassínio, além <strong>do</strong> punhal e <strong>do</strong> golpe de mão – eles<br />
sabem, igualmente, que tu<strong>do</strong> o que é bem dito é acredita<strong>do</strong>”.<br />
8 “To<strong>do</strong>s os instintos que não se descarregam para fora voltam-se para dentro – isto é o que chamo de<br />
interiorização <strong>do</strong> homem: é assim que no homem cresce o que depois se denomina sua 'alma'. To<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong><br />
interior, originalmente delga<strong>do</strong>, como que entre duas membranas, foi se expandin<strong>do</strong> e se estenden<strong>do</strong>,<br />
adquirin<strong>do</strong> profundidade, largura e altura, na medida em que o homem foi inibi<strong>do</strong> em sua descarga para<br />
fora”. Friedrich Nietzsche, “'Culpa', 'má consciência' e coisas afins”, § 16, in Genealogia da moral: uma<br />
polêmica, p. 73.<br />
9 “Utilizei a palavra 'Esta<strong>do</strong>': está claro a que me refiro – algum ban<strong>do</strong> de bestas louras, uma raça de<br />
conquista<strong>do</strong>res e senhores, que, organizada guerreiramente e com força para organizar, sem hesitação lança<br />
suas garras terríveis sobre uma população talvez imensamente superior em número, mas ainda informe e<br />
nômade. Deste mo<strong>do</strong> começa a existir o 'Esta<strong>do</strong>' na terra”. Friedrich Nietzsche, “'Culpa', 'má consciência' e<br />
coisas afins”, § 17, in Genealogia da moral, p. 74-75.