16.04.2013 Views

Download do livro - cchla - UFRN

Download do livro - cchla - UFRN

Download do livro - cchla - UFRN

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 178<br />

NOTAS<br />

1 Uma apresentação clássica e categórica <strong>do</strong>s processos de racionalização que acompanham o sistema<br />

capitalista pode ser encontrada na teoria <strong>do</strong>s processos civiliza<strong>do</strong>res de Norbert Elias, O processo civiliza<strong>do</strong>r,<br />

vol. 1: uma historia <strong>do</strong>s costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994 (e também, vol. 2: formação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

e civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993). No entanto, a noção de sistema social complexo que<br />

encerra irracionalidades de autodestruição, ver Theo<strong>do</strong>r A<strong>do</strong>rno e Max Horkheimer, Dialética <strong>do</strong><br />

esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985 – e Paul Virilio, La bomba<br />

informática. Madrid: Ediciones Cátedra, 1999.<br />

2 Isso deriva das análises de Karl Marx sobre a alienação no mo<strong>do</strong> de produção e sua capacidade de<br />

expropriar mais valia <strong>do</strong> produtor para a acumulação capitalista. Ver o estu<strong>do</strong> pormenoriza<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por<br />

Anselm Jappe, “A abstração real”, in As aventuras da merca<strong>do</strong>ria: para uma nova crítica <strong>do</strong> valor. Lisboa:<br />

Antígona Editores Refractários, 2006, p. 34-44; onde se lê: “A merca<strong>do</strong>ria é portanto a unidade de duas<br />

determinações da mesma coisa, determinações estas que não são simplesmente diferentes, mas das quais<br />

uma exclui a outra: o valor de uso é o contrário <strong>do</strong> valor, o trabalho concreto é o contrário <strong>do</strong> trabalho<br />

abstracto, o trabalho priva<strong>do</strong> é o contrário <strong>do</strong> trabalho social. (...) Na inversão que caracteriza logo a<br />

merca<strong>do</strong>ria singular, o concreto torna-se um simples porta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> abstracto. O concreto só tem existência<br />

social na medida em que serve ao abstracto para que este dê a si mesmo uma expressão sensível. E se a<br />

merca<strong>do</strong>ria é a 'célula germinal' de to<strong>do</strong> o capitalismo, isso significa que a contradição entre o abstracto e o<br />

concreto nela contida regressa em cada estádio da análise, constituin<strong>do</strong> de algum mo<strong>do</strong> a contradição<br />

fundamental da formação social capitalista”, p. 36-37.<br />

3 Para uma compreensão profunda da problemática e da estrutura da merca<strong>do</strong>ria e da produção de mais valia,<br />

ver o clássico Karl Marx, “A merca<strong>do</strong>ria”, in O capital: crítica da economia política: <strong>livro</strong> I: o processo de<br />

produção <strong>do</strong> capital. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996 – assim como Alselm Jappe, “A merca<strong>do</strong>ria, essa<br />

desconhecida”, in As aventuras da merca<strong>do</strong>ria: para uma nova crítica <strong>do</strong> valor, onde fica explícito o rigor da<br />

abstração vampírica <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de produção capitalista. Por outro la<strong>do</strong>, entretanto, a racionalização das relações<br />

de produção aliada à crescente mecanização da indústria fin<strong>do</strong>u por transformar o tempo em qualquer coisa de<br />

abstrato, como nos diz Georg Lukács: “O tempo perde, assim, o seu caráter qualitativo, mutável e flui<strong>do</strong>: ele se<br />

fixa num continuum delimita<strong>do</strong> com precisão, quantitativamente mensurável, pleno de 'coisas'<br />

quantitativamente mensuráveis (os 'trabalhos realiza<strong>do</strong>s' pelo trabalha<strong>do</strong>r, reifica<strong>do</strong>s, mecanicamente<br />

objetiva<strong>do</strong>s, minuciosamente separa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> conjunto da personalidade humana); torna-se um espaço”. Cf. “O<br />

fenômeno da reificação”, in História e consciência de classe: estu<strong>do</strong>s sobre a dialética marxista. São Paulo:<br />

Martins Fontes, 2003, § 1, p. 205.<br />

4 Essa problemática da produção de máquinas e da proliferação tecnológica está relacionada de maneira<br />

profunda à economia e à produtividade, tanto quanto à descodificação e à liberação <strong>do</strong>s fluxos de códigos<br />

científicos, como nos dizem Gilles Deleuze e Félix Guattari: “Neste senti<strong>do</strong>, não foram as máquinas que fizeram<br />

o capitalismo mas é o capitalismo que, pelo contrário, faz as máquinas e introduz constantemente novos cortes<br />

pelos quais revoluciona os seus mo<strong>do</strong>s técnicos de produção”. Cf. “A máquina capitalista civilizada”, in O anti-<br />

Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004, p. 241-244. – Ainda assim, vale<br />

mencionar o escrito “A maquinaria e a indústria moderna”, de Karl Marx, em sua obra O capital: crítica da<br />

economia política: <strong>livro</strong> I: o processo de produção <strong>do</strong> capital, que guarda sua relevante importância.<br />

5 A problemática <strong>do</strong> automovimento dinâmico capitalista, elaborada por Karl Marx, também é estudada por<br />

Anselm Jappe, que diz: “A teoria marxiana da inversão afirma que o verdadeiro sujeito é a merca<strong>do</strong>ria e que o<br />

homem mais não é <strong>do</strong> que o executor da lógica da merca<strong>do</strong>ria. Aos homens, a sua própria socialidade e a sua<br />

subjectividade surgem-lhes submetidas ao automovimento automático de uma coisa. Marx exprime este<br />

facto na formulação segun<strong>do</strong> a qual o valor é um 'sujeito autómato', sen<strong>do</strong> que, como escreve já nos<br />

Grundrisse: 'O valor apresenta-se como sujeito'”. Ver “O sujeito autômato”, in As aventuras da merca<strong>do</strong>ria:<br />

para uma nova crítica <strong>do</strong> valor, p. 92. – Por sua vez, a maioria das teses sobre o descontrole e a potência de<br />

destruição característica <strong>do</strong> sistema capitalista pode ser encontrada em inúmeros trabalhos provin<strong>do</strong>s de<br />

diversas perspectivas de análises. Para o caso da escalada planetária da 'técnica' e seu 'pensamento<br />

calcula<strong>do</strong>r', por exemplo, pode-se ver Martin Heidegger, Serenidade. Barcelona: Ediciones del Serbal,<br />

1994, p. 15-30. Para uma visão da 'razão instrumental', ver Theo<strong>do</strong>r A<strong>do</strong>rno e Max Horkheimer, Dialética<br />

<strong>do</strong> esclarecimento: fragmentos filosóficos.<br />

6 “O mun<strong>do</strong> conexionista é inteiramente rizomático, não finalista, não identitário, favorece os hibridismos, a<br />

migração, as múltiplas interfaces, metamorfoses etc. Claro que o objetivo final <strong>do</strong> capitalismo permanece o<br />

mesmo, visa o lucro, mas o mo<strong>do</strong> pelo qual ele agora tende a realizá-lo (...) é prioritariamente através da<br />

rede. Capitalismo em rede, conexionista, rizomático”. Peter Pál Pelbart, “Capitalismo rizomático”, in Vida<br />

Capital – ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003, p. 97.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!