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Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 288<br />

entanto, a primeira característica é, de qualquer mo<strong>do</strong>, que a língua aí é modificada por um forte coeficiente<br />

de desterritorialização. (...) As três características da literatura menor são de desterritorialização da língua, a<br />

ramificação <strong>do</strong> individual no imediato-político, o agenciamento coletivo de enunciação. Vale dizer que<br />

'menor' não qualifica mais certas literaturas, mas as condições revolucionárias de toda literatura no seio<br />

daquela que chamamos de grande (ou estabelecida)”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “A literatura menor”, in<br />

Kafka: por uma literatura menor, p. 25-28.<br />

11 Visto que “a ordem se apóia sempre, e desde o início, em ordens, por isso é redundância. A máquina <strong>do</strong><br />

ensino obrigatório não comunica informações, mas impõe à criança coordenadas semióticas com todas as<br />

bases duais da gramática (masculino-feminino, singular-plural, substantivo-verbo, sujeito <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>sujeito<br />

de enunciação etc). A unidade elementar da linguagem – o enuncia<strong>do</strong> – é a palavra de ordem. (...) A<br />

linguagem não é a vida, ela dá ordens à vida; a vida não fala, ela escuta e aguarda. Em toda palavra de<br />

ordem, mesmo de um pai a seu filho, há uma sentença de morte – um Veredito, dizia Kafka”. Ver Gilles<br />

Deleuze e Félix Guattari, “20 de novembro de 1923 – Postula<strong>do</strong>s da lingüística”, in Mil platôs: capitalismo e<br />

esquizofrenia, vol. 2. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995, p. 11-13.<br />

12 A máquina de guerra apresenta-se “como multiplicidade pura e sem medida, a malta, irrupção <strong>do</strong> efêmero<br />

e potência da metamorfose. Desata o liame assim como trai o pacto. Faz valer um furor contra a medida,<br />

uma celeridade contra a gravidade, um segre<strong>do</strong> contra o público, uma potência contra a soberania, uma<br />

máquina contra o aparelho. (...) pois vive cada coisa em relações de devir (...). Sob to<strong>do</strong>s os aspectos, a<br />

máquina de guerra é de uma outra espécie, de uma outra natureza, de uma outra origem que o aparelho de<br />

Esta<strong>do</strong>”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “1227 – Trata<strong>do</strong> de noma<strong>do</strong>logia: a máquina de guerra”, in Mil<br />

platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 5. São Paulo: 1997, p. 12-13.<br />

13 “É aqui que a arte atinge a sua modernidade autêntica, que consiste unicamente em libertar o que já estava<br />

presente na arte de to<strong>do</strong>s os tempos, mas encontrava-se oculto pelos fins e objectos ainda que estéticos,<br />

pelas recodificações e axiomáticas: o puro processo que se realiza e que não deixa de se realizar enquanto se<br />

vai processan<strong>do</strong>, a arte como 'experimentação'”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “Introdução à esquizoanálise”,<br />

in O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004, p. 389.<br />

14 Gilles Deleuze nos diz que tal fenômeno manifesta-se na “existência não como sujeito, mas como obra de<br />

arte; esta última fase é o pensamento-artista”. Cf. “Rachar as coisas, rachar as palavras”, in Conversações.<br />

Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995, p. 120.<br />

15 Sobre a noção de saber sujeita<strong>do</strong> e temáticas afins, tais como arqueologia e genealogia, ver Michel<br />

Foucault, “Aula de 7 de janeiro de 1976”, in Em defesa da sociedade, p. 3-26.<br />

16 Ver Michel Foucault, “Articulação da disciplina e da regulamentação: a cidade operária, a sexualidade, a<br />

norma”, in Em defesa da sociedade, p. 299.<br />

17 Nas palavras de Zaratustra: “Há na terra muitas invenções boas, umas úteis, outras agradáveis: por causa<br />

delas, há que amar a terra. E há nela uma tal diversidade de coisas tão bem inventadas que são como os<br />

seios da mulher: simultaneamente úteis e agradáveis”. Ver Friedrich Nietzsche, “Das tábuas antigas e novas,<br />

§ 17”, in Assim falava Zaratustra: um <strong>livro</strong> para to<strong>do</strong>s e para ninguém. Lisboa: Relógio D'Água, 1998, p.<br />

242.<br />

18 “A máquina de guerra não tem absolutamente por objeto a guerra; ela tem por objeto um espaço muito<br />

especial, espaço liso, que ela compõe, ocupa e propaga. O nomadismo é precisamente esta combinação<br />

máquina de guerra-espaço liso. Tentamos mostrar como e em que caso a máquina de guerra toma a guerra<br />

por objeto (quan<strong>do</strong> os aparelhos de Esta<strong>do</strong> se apropriam da máquina de guerra que a princípio não lhes<br />

pertencia). Uma máquina de guerra pode ser revolucionária, ou artística, muito mais que guerreira”. Gilles<br />

Deleuze, “Entrevista sobre Mille plateaux”, in Conversações, p. 43.<br />

19 “A alma, como vida <strong>do</strong>s fluxos, é querer-viver, luta e combate. Não só a disjunção, mas também a<br />

conjunção <strong>do</strong>s fluxos é luta e combate, abraço. To<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>/acorde é dissonante. O contrário da guerra: a<br />

guerra é o aniquilamento geral que exige a participação <strong>do</strong> eu, mas o combate rejeita a guerra, é conquista da<br />

alma. A alma recusa os que querem a guerra porque a confundem com a luta, mas também os que<br />

renunciam à luta porque a confundem com a guerra (...) Tem-se a parte inalienável da alma quan<strong>do</strong> se deixa<br />

de ser um eu: é preciso conquistar essa parte eminentemente fluente, vibrante, luta<strong>do</strong>ra. O problema<br />

coletivo, então, consiste em instaurar, encontrar ou reencontrar o máximo de conexões. Pois as conexões (e<br />

as disjunções) são precisamente a física das relações, o cosmos”. Gilles Deleuze, “Nietzsche e São Paulo, D.<br />

H. Lawrence e João de Patmos”, in Crítica e clínica, p. 62.

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