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acerca das relações estabelecidas entre a natureza e a sociedade, abordadas por várias vertentes científicas<br />
– dentre elas, a ecologia humana, a arqueologia, a antropologia social e a história – que vieram ao longo <strong>do</strong><br />
tempo investigar a problemática encontrada nas regiões da Amazônia. Ver “Imagens da natureza e da<br />
sociedade”, in A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac &<br />
Naify, 2002.<br />
9 O conceito de experiência (Erfahrung), tal como o entende Walter Benjamin, pode ser vislumbra<strong>do</strong> com<br />
maiores detalhes no seu escrito “O narra<strong>do</strong>r. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”, in Magia e<br />
técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura.<br />
10 “A partir <strong>do</strong> século XVIII”, diz-nos Félix Guattari, o ritmo das sociedades ocidentais (inicialmente) “será<br />
marca<strong>do</strong> por um desequilíbrio crescente das relações homem/máquina. O homem perderá aí<br />
territorialidades sociais que lhe pareciam até então inamovíveis. Com isso, suas referências de corporeidade<br />
física e social ficarão profundamente perturbadas”. Cf. “Da produção de subjetividade”, “A idade da<br />
desterritorialização capitalística <strong>do</strong>s saberes e das técnicas”, in Imagem-máquina: a era das tecnologias <strong>do</strong><br />
virtual. André Parente (org.). Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993, p. 184-185.<br />
11 Acerca <strong>do</strong> declínio da tradição e da experiência, ver Walter Benjamin, “Experiência e pobreza”, in Magia e<br />
técnica, arte e política.<br />
12 Para detalhes acerca da distinção qualitativa <strong>do</strong>s códigos relativamente às axiomáticas, ver Gilles Deleuze<br />
e Félix Guattari, “A máquina capitalista civilizada”, “Diferença entre código e axiomática”, in O anti-Édipo:<br />
capitalismo e esquizofrenia, p. 257-260.<br />
13 “As pessoas individuais são inicialmente pessoas sociais, isto é, funções derivadas de quantidades<br />
abstractas; tornam-se concretas com a relacionação ou a axiomatização destas quantidades, com a sua<br />
conjunção. São exactamente configurações ou imagens produzidas pelos pontos-signos, pelos cortes-fluxos,<br />
pelas puras 'figuras' <strong>do</strong> capitalismo”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, in O anti-Édipo: capitalismo e<br />
esquizofrenia, p. 275.<br />
14 “A cultura de um povo enquanto a antítese da barbárie foi designada certa vez, e, segun<strong>do</strong> minha opinião,<br />
com algum direito, como a unidade <strong>do</strong> estilo artístico em todas as expressões da vida de um povo”. Friedrich<br />
Nietzsche, Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida. Rio<br />
de Janeiro: Relume Dumará, 2003, § 4, p. 35.<br />
15 “A durée, da qual a morte foi eliminada, tem a mísera eternidade de um arabesco; exclui a possibilidade<br />
de acolher a tradição. É a síntese de uma vivência que se pavoneia nas vestes que toma emprestadas à<br />
experiência. O spleen, ao contrário, expõe a vivência em sua nudez”. Walter Benjamin, “Sobre alguns temas<br />
em Baudelaire”, § X, in Charles Bauleraire: um lírico no auge <strong>do</strong> capitalismo. São Paulo: Brasiliense,<br />
1989, p. 137.<br />
16 “As nossas sociedades modernas procederam, pelo contrário, a uma vasta privatização <strong>do</strong>s órgãos, que<br />
corresponde à descodificação <strong>do</strong>s fluxos que se tornaram abstractos. O primeiro órgão a ser privatiza<strong>do</strong>,<br />
coloca<strong>do</strong> fora <strong>do</strong> campo social, foi o ânus, que se tornou o modelo da privatização enquanto que o dinheiro<br />
passou a exprimir o novo esta<strong>do</strong> de abstracção <strong>do</strong>s fluxos. (...) substituição <strong>do</strong>s fluxos codifica<strong>do</strong>s pela<br />
quantidade abstracta; desinvestimento colectivo <strong>do</strong>s órgãos que se faz segun<strong>do</strong> o modelo <strong>do</strong> ânus;<br />
constituição de pessoas privadas como centros individuais de órgãos e funções derivadas da quantidade<br />
abstracta”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, p. 147.<br />
17 “As inquietações de nossa vida interior não têm, por natureza, este caráter irremediavelmente priva<strong>do</strong>. Elas<br />
só o adquirem depois que se reduziram as chances <strong>do</strong>s fatos exteriores se integrarem à nossa experiência”.<br />
Walter Benjamin, “Sobre alguns temas em Baudelaire”, in Charles Baudelaire: um lírico no auge <strong>do</strong><br />
capitalismo, p. 106.<br />
Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 137