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máquinas técnicas com máquinas desejantes. E mais: a própria obra de arte é uma máquina desejante. O<br />
artista acumula o seu tesouro para uma explosão próxima, e é por isso que se impacienta com o tempo que<br />
falta para que as destruições se venham a dar”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “As máquinas desejantes”, in<br />
O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, p. 35.<br />
43 Para uma explanação eminentemente conceitual sobre a denominada 'arte nômade' e sua relação com o<br />
'espaço liso', ver Gilles Deleuze e Félix Guattari, “1440 – O liso e o estria<strong>do</strong>”, “Modelo estético: a arte<br />
nômade”, in Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 5, p. 203-213.<br />
44 “A cultura é a esfera geral <strong>do</strong> conhecimento e das representações <strong>do</strong> vivi<strong>do</strong>, na sociedade dividida em<br />
classes; o que equivale a dizer que ela é o poder de generalização que existe à parte, como divisão <strong>do</strong><br />
trabalho intelectual e trabalho intelectual da divisão. A cultura se desligou da unidade típica da sociedade <strong>do</strong><br />
mito: 'quan<strong>do</strong> o poder de unificação desaparece da vida <strong>do</strong> homem e os opostos perdem sua relação e sua<br />
interação vivas, ganhan<strong>do</strong> autonomia...' (Différence des systèmes de Fichte et de Schelling)”. Guy Debord,<br />
“A negação e o consumo na cultura”, in A sociedade <strong>do</strong> espetáculo, § 180.<br />
45 Chamamos segmentação em atos “uma linha de segmentação maleável ou molecular, onde os segmentos<br />
são como quanta de desterritorialização. É nessa linha que se define um presente cuja própria forma é a de<br />
um algo que aconteceu, já passa<strong>do</strong>, por mais próximo que se esteja dele, já que a matéria inapreensível<br />
desse algo está inteiramente molecularizada, em velocidades que ultrapassam os limiares ordinários de<br />
percepção”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “1874 – Três novelas ou 'o que se passou?'”, in Mil platôs:<br />
capitalismo e esquizofrenia, vol. 3, p. 68.<br />
46 “A construção de uma situação é a edificação de uma microambiência transitória e de um jogo de<br />
acontecimentos para um momento único da vida de algumas pessoas. É inseparável da construção de uma<br />
ambiência geral, relativamente mais dura<strong>do</strong>ura, no urbanismo unitário”. Ver Apologia da deriva: escritos<br />
situacionistas sobre a cidade, p. 97.<br />
47 “Arlequim não é impera<strong>do</strong>r, nem mesmo derrisório. Arlequim só é Arlequim, múltiplo e diverso, ondulante e<br />
plural, quan<strong>do</strong> se veste e se desveste: nomea<strong>do</strong>, condecora<strong>do</strong> porque se protege, se defende e se esconde,<br />
múltipla e indefinidamente. (...) Assim, sua academia, ou enciclopédia, se aproxima formalmente da<br />
comédia dell'arte”. Ver Michel Serres, “Laicidade”, in Filosofia mestiça. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,<br />
1993, p. 1-6.<br />
48 O “movimento <strong>do</strong> teatro da crueldade: o único teatro de produção, onde os fluxos transpõem o limiar da<br />
desterritorialização e produzem a terra nova (não uma esperança, mas uma simples 'verificação', uma<br />
espécie de 'retrato', em que aquele que foge faz fugir e traça a terra ao desterritorializar-se). Ponto de fuga<br />
activa onde a máquina revolucionária, a máquina artística, a máquina científica, a máquina [esquizo]<br />
analítica se tornam peças e pedaços umas das outras”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “Introdução à<br />
esquizo-análise”, in O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, p. 336.<br />
49 Mostran<strong>do</strong> que tal intuito traz a lume certas “regras facultativas que produzem a existência como obra de<br />
arte, regras ao mesmo tempo éticas e estéticas que constituem mo<strong>do</strong>s de existência ou estilos de vida. (...)<br />
Um processo de subjetivação, isto é, uma produção de mo<strong>do</strong> de existência, não pode se confundir com um<br />
sujeito, a menos que se destitua este de toda interioridade e mesmo de toda identidade. A subjetivação<br />
sequer tem a ver com a 'pessoa': é uma individuação particular ou coletiva, que caracteriza um<br />
acontecimento (uma hora <strong>do</strong> dia, um rio, um vento, uma vida...). É um mo<strong>do</strong> intensivo e não um sujeito<br />
pessoal. É uma dimensão específica sem a qual não se poderia ultrapassar o saber nem resistir ao poder”.<br />
Gilles Deleuze, “A vida como obra de arte”, in Conversações, p. 123-124.<br />
50 “Sem o pathos da distância (...) também não pode surgir, em absoluto, aquele outro pathos mais cheio de<br />
segre<strong>do</strong>, aquela exigência de sempre novos alargamentos de distância no interior da própria alma, a<br />
configuração de esta<strong>do</strong>s sempre mais eleva<strong>do</strong>s, mais raros, mais remotos, mais tenciona<strong>do</strong>s, mais<br />
abrangentes, em resumo, a 'auto superação <strong>do</strong> homem', para tomar uma fórmula moral em um senti<strong>do</strong> extra<br />
moral”. Friedrich Nietzsche, A 'Grande Política' Fragmentos, p. 31.<br />
51 Essa prática de intervenção nomádica pode ser considerada uma atualidade renovada <strong>do</strong>s “mecanismos<br />
locais de ban<strong>do</strong>s, margens, minorias, que continuam a afirmar os seus direitos de sociedades segmentárias<br />
contra os órgãos de poder de Esta<strong>do</strong>. O mun<strong>do</strong> moderno nos oferece hoje imagens particularmente<br />
desenvolvidas dessas duas direções, a das máquinas mundiais ecumênicas, mas também a de um<br />
neoprimitivismo, uma nova sociedade tribal (...)”. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “1227 – Trata<strong>do</strong> de<br />
noma<strong>do</strong>logia: a máquina de guerra”, “Axioma I: a máquina de guerra é exterior ao aparelho de Esta<strong>do</strong>”, in Mil<br />
platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 5, p. 23.<br />
Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 081