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Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 018<br />

maquínicas com <strong>do</strong>ses enganosas de humanitarismo e reflexividades”<br />

(“Introdução”, <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s Integra<strong>do</strong>s).<br />

O projeto sugere também uma saída da estrutura formal da língua<br />

escrita, para, em seu movimento, tornar-se forma caoidal, se pudermos<br />

criar esse termo. O questionamento começa na língua, para desconstruir<br />

seus mitos de comunicação e sua eficácia, denuncian<strong>do</strong> as manipulações<br />

simbólicas que se oferecem na dimensão política dessa realidade.<br />

As novas representações de espaço apontam para ao ultrapasse de<br />

escalas, quais as das cidades, metrópoles, cosmópolis, surgin<strong>do</strong> estas<br />

como espectros de um mun<strong>do</strong> histórico também supera<strong>do</strong>. Sugerin<strong>do</strong> um<br />

trabalho de luto a se fazer. A existência contemporânea coloca la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong><br />

seres híbri<strong>do</strong>s, humanos e máquinas. Mostra-nos o poeta (FERREIRA,<br />

2007, p. 21), que cego de certeza “definha a história como falsa premissa”.<br />

E o resto “é vida crua, fritan<strong>do</strong> em fio sem capa e limite” (Ib.).<br />

A relação <strong>do</strong> corpo com a história teria que significa<strong>do</strong> para os<br />

Estu<strong>do</strong>s? Se há uma corporeidade a legitimar, uma corporação fechada em si<br />

mesma, “corpus” a definir e pesquisar, qual a dis-posição a se considerar no<br />

projeto da Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser?<br />

O corpo está em todas as origens. Fragmenta<strong>do</strong>, com seus membros<br />

avulsos, esquadrinha<strong>do</strong> pelos médicos, inspiração de poemas e filosofias.<br />

Certamente, esse corpo que suscitaria harmonia e perfeição, não se<br />

encontrará em Machinapolis, onde se deve dar o esquecimento de origens. O<br />

pro-pósito: esquecer para lembrar, qual pratica o poeta Drummond?<br />

Um gesto genealógico, no senti<strong>do</strong> foucaultiano, se ergue para se<br />

verificar o corpo e o seu encontro primitivo com a técnica. Rastros <strong>do</strong> corpo.<br />

Rastros da técnica.<br />

Movimento que parece acionar um lugar nos Estu<strong>do</strong>s para se<br />

compreender ali o desenrolar por um la<strong>do</strong> de uma hybris humana, de<br />

natureza trágica, por outro de uma força titânica da técnica. A ousia grega<br />

de uma humanidade que pretendeu alçar-se a uma estrutura grandiosa<br />

arrancou <strong>do</strong> Caos funda<strong>do</strong>r uma geografia <strong>do</strong> espírito. Pode-se afirmar,<br />

então, que a história foi gerada pela mitologia como promessa velada de<br />

Prometeu – promessa velada da era tecnológica. Assim como a pré-história<br />

seria invenção da história. Portanto, invenção de arquivo.<br />

Para os estudiosos da Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser um<br />

outro senti<strong>do</strong> deve ser da<strong>do</strong> à história, daí a se pensar numa história da vida,<br />

ou da força da vida, a qual arriscaria trazer uma idéia de uma bio-história. A<br />

história como biotexto. Ou a história como a inscrição <strong>do</strong> corpo na pulsão de

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