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10 A liberação das máquinas desejantes caracteriza a produção social-desejante nas condições históricas <strong>do</strong><br />

capitalismo, ao mesmo tempo em que os órgãos e corpos são privatiza<strong>do</strong>s pelo novo regime de inscrição <strong>do</strong><br />

socius civiliza<strong>do</strong>. Cf. Gilles Deleuze e Félix Guattari, “Selvagens, bárbaros, civiliza<strong>do</strong>s”, “A máquina<br />

capitalista civilizada” e “A representação capitalista”, in O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Lisboa:<br />

Assírio & Alvim, 2004, p. 231-274.<br />

11 Sobre o assunto, ver Walter Benjamin, “Experiência e pobreza”, in Magia e técnica, arte e política –<br />

ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.<br />

12 “Precisamente porque nada é mais moderno <strong>do</strong> que esse a<strong>do</strong>ecimento geral, essa tardeza e superexcitação<br />

<strong>do</strong> mecanismo nervoso (...) aquilo de que o mun<strong>do</strong> hoje tem mais necessidade – os três grandes<br />

estimulantes <strong>do</strong>s exaustos: o elemento brutal, o artificial e o inocente (idiota)”. Friedrich Nietzsche, O caso<br />

Wagner: um problema para músicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, § 5, p. 19. – “Ten<strong>do</strong><br />

alcança<strong>do</strong> há pouco a aplicação da velocidade absoluta e liberta<strong>do</strong>ra das condições da existência<br />

tradicionais, as teletecnologias da ação à distância não podem se satisfazer em melhorar a economia <strong>do</strong><br />

cansaço devi<strong>do</strong> ao esforço físico, elas devem ainda suprimir a insatisfação, a frustração que resulta da<br />

passividade crescente, da inércia de um indivíduo despossuí<strong>do</strong> de sua atividade física imediata. Daí a<br />

vontade de, de uma só vez, superexcitar o organismo <strong>do</strong> paciente, mas também de tranqüilizá-lo, ou seja,<br />

de 'programar' a própria intensidade de suas atividades nervosas e intelectuais como já se programa o<br />

regime-motor de uma máquina qualquer”. Paul Virilio, “Do super-homem ao homem superexcita<strong>do</strong>”, in A<br />

arte <strong>do</strong> motor. São Paulo: Estação Liberdade, 1996, p. 108.<br />

13 Seguin<strong>do</strong> essas temáticas, ver os trabalhos de Norbert Elias, O processo civiliza<strong>do</strong>r, vol. 1: uma história<br />

<strong>do</strong>s costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994, p. 214-224; principalmente com referência aos enfoques<br />

e análises de perío<strong>do</strong>s e processos sociais de longas durações (“O estu<strong>do</strong> desses fenômenos de longa<br />

duração foi quase universalmente execra<strong>do</strong>”) e conceitos centrais relaciona<strong>do</strong>s, como transformações a<br />

longo prazo das estruturas de personalidade e controle das emoções (“Não menos característico de um<br />

processo civiliza<strong>do</strong>r que a 'racionalização' é a peculiar modelação da economia das pulsões”); também, as<br />

complexidades de estruturas sociais com níveis exponenciais maiores ou menores de sínteses, diferenciação<br />

e integração, na obra O processo civiliza<strong>do</strong>r, vol. 2: formação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e civilização. Rio de Janeiro: Jorge<br />

Zahar, 1993, p. 242-243. – No entanto, sobre a <strong>do</strong>cilização <strong>do</strong>s corpos e os processos de transformação nos<br />

dispositivos e tecnologias de poder, ver Michel Foucault, “Os corpos dóceis”, in Vigiar e punir: nascimento<br />

da prisão. Petrópolis: Vozes, 1977.<br />

14 Como pensa Michel Foucault: “à medida que o poder se torna mais anônimo e mais funcional, aqueles<br />

sobre os quais se exerce tendem a ser mais fortemente individualiza<strong>do</strong>s”. Cf. “Os recursos para o bom<br />

adestramento”, in Vigiar e punir: nascimento da prisão, p. 171.<br />

15 “É que a axiomática não tem nenhuma necessidade de escrever na própria carne, de marcar os corpos e os<br />

órgãos, nem de fabricar nos homens uma memória. Contrariamente aos códigos, a axiomática encontra nos<br />

seus diversos aspectos os seus próprios órgãos de execução, de percepção, de memorização. A memória<br />

torna-se algo de negativo. Mas sobretu<strong>do</strong>, desapareceu a necessidade de crença”. Gilles Deleuze e Félix<br />

Guattari, O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, p. 261.<br />

16 “A grande indústria produziu o merca<strong>do</strong> mundial, prepara<strong>do</strong> já pelo descobrimento da América. O merca<strong>do</strong><br />

mundial promoveu um intenso desenvolvimento <strong>do</strong> comércio, da navegação e das comunicações por terra.<br />

Este desenvolvimento influiu por sua vez sobre a expansão da indústria e na mesma medida em que se<br />

expandiam o comércio, a navegação e as ferrovias, se desenvolvia a burguesia, multiplicava seus capitais e<br />

relegava a um segun<strong>do</strong> plano todas as classes legadas pela Idade Média”. Assunto trata<strong>do</strong> por Karl Marx e<br />

Friedrich Engels, “O descobrimento e a conquista”, in Contribuição para uma história da América Latina.<br />

São Paulo: Edições Populares, 1982, p. 22-27.<br />

17 Tema sinteticamente aborda<strong>do</strong> por Félix Guattari, “Da produção de subjetividade”, “A idade da<br />

desterritorialização capitalística <strong>do</strong>s saberes e das técnicas”, in Imagem-máquina: a era das tecnologias <strong>do</strong><br />

virtual. André Parente (org). Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993, p. 184-186.<br />

18 “(...) esta adesão ao gênero da vida ocidental, ou a alguns <strong>do</strong>s seus aspectos, está longe de ser tão<br />

espontânea quanto os ocidentais gostariam que ela fosse. Resulta menos de uma decisão livre <strong>do</strong> que de uma<br />

ausência de escolha. A civilização ocidental (...) interveio, direta ou indiretamente, na vida das populações de<br />

cor, revolucionou de alto a baixo o mo<strong>do</strong> tradicional de existência destas, quer impon<strong>do</strong> o seu, quer<br />

instauran<strong>do</strong> condições que engendrariam o desmoronar <strong>do</strong>s quadros existentes sem os substituir por outra<br />

coisa. Aos povos subjuga<strong>do</strong>s ou desorganiza<strong>do</strong>s não restava senão aceitar as soluções de substituição que lhes<br />

eram oferecidas ou, caso não estivessem dispostos a isso, esperar uma aproximação suficiente para estarem<br />

em condições de os combaterem no mesmo campo”. Claude Lévi-Strauss, “Raça e história”, § 7, “Lugar da<br />

civilização ocidental”, in Seleção de textos (Os Pensa<strong>do</strong>res). São Paulo: Abril Cultural, 1976, p. 78.<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 147

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