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Quan<strong>do</strong>, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII, a revolução industrial faz<br />

da fumaça negra das chaminés o grito de rebelião <strong>do</strong>s ludditas no século<br />

1 9<br />

seguinte, Machinapolis se encontra em plena ebulição .<br />

Primeiramente, nos países mais ricos economicamente, grandes<br />

coloniza<strong>do</strong>res, que puderam até dispor de legiões de escravos como<br />

variáveis contábeis para o desenvolvimento <strong>do</strong> capitalismo. O que não<br />

quer dizer, obviamente, que outras localidades, e até mesmo outros<br />

continentes, não tenham sofri<strong>do</strong> conseqüências. Pois como já dissemos,<br />

com o capitalismo, a propensão à humanização da Terra faz da história<br />

da espécie um fenômeno tendencialmente universal, quer dizer,<br />

20<br />

planetário .<br />

Os importantíssimos artefatos desenvolvi<strong>do</strong>s em tal ambiente<br />

histórico que vieram corroborar nessa tragédia recente foram as máquinas. E<br />

quan<strong>do</strong> falamos de máquinas agora, queremos dizer que não são quaisquer<br />

tipos de máquinas, pois algum de vocês poderia dizer: “ora, mas afinal de<br />

contas, os homens sempre tiveram suas ferramentas, suas armas, suas<br />

pequenas máquinas... vocês mesmos já falaram em algo como máquina<br />

social se referin<strong>do</strong> a aquilo que entendemos como sociedade!”<br />

Pois bem, se é verdade que um socius maquina os corpos e tenta<br />

fazer de cada órgão uma máquina desejante conforme seus códigos, esses<br />

procedimentos não são mais que momentos de um único e mesmo<br />

processo de produção, produção de real, com diferença de regime (ao<br />

21<br />

menos fenomenologicamente) . Queremos dizer, além disso, que, com a<br />

revolução industrial, começam a surgir em uma velocidade fenomenal,<br />

relampejante até, miríades de inovações técnicas e invenções tecnológicas,<br />

verdadeiras micro-revoluções maquínicas, como partes componentes de<br />

22<br />

um mecanismo social de certa maneira cego , e que, ao se imbricarem,<br />

conformam uma imensa mega-máquina, Machinapolis, cujo fazer<br />

incondiciona<strong>do</strong> acarreta a descodificação de to<strong>do</strong>s os fluxos cosmológicos.<br />

– Félix Guattari assim expôs as circunstâncias históricas e o problema que<br />

estamos pensan<strong>do</strong>:<br />

...o século XVIII será marca<strong>do</strong> por um desequilíbrio<br />

crescente das relações homem/máquina. O homem<br />

perderá aí territorialidades sociais que lhe pareciam<br />

até então inamovíveis. Com isso, suas referências de<br />

corporeidade física e social ficarão profundamente<br />

perturbadas. O universo de referência <strong>do</strong> novo<br />

cambismo generaliza<strong>do</strong>, não será mais uma<br />

territorialidade segmentária, mas o Capital como<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 223

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