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Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 242<br />

A manifestação geral da pseu<strong>do</strong>-cultura histórica como um pathos<br />

degradante da psiquê humana e da physis moderna toma de assalto a<br />

extensão geográfica por uma práxis inerte que se auto-consome e se desvela<br />

ao mesmo tempo: corpos amansa<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ciliza<strong>do</strong>s, instintos <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>s nas<br />

redes labirínticas <strong>do</strong>s espaços estria<strong>do</strong>s da potência anti-cultura, postos em<br />

ordenamento pelo poder anônimo disciplinar que se impõe no habitat<br />

terrestre por intermédio de pedagogias terapêuticas em consonância com<br />

processos civilizatórios multifários.<br />

São os novos mecanismos apregoa<strong>do</strong>s pelo desenvolvimento das<br />

maquinarias de controle industriais que capturam, sob a égide <strong>do</strong> seu<br />

refinamento, a microfísica das forças biopolíticas <strong>do</strong>s corpos ocupa<strong>do</strong>s<br />

pelos ideais de trabalho e felicidade, funcionan<strong>do</strong> sob o poder normaliza<strong>do</strong>r<br />

arregimenta<strong>do</strong> pelas máquinas paranóicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de destino.<br />

Politicamente, isso gerou uma sistematização mais segura <strong>do</strong>s<br />

fluxos produtivos, <strong>do</strong>s corpos organiza<strong>do</strong>s e uniformiza<strong>do</strong>s em tipos<br />

específicos de categorias de representação da vida-trabalho. Daí vieram a se<br />

formar também as classes de trabalha<strong>do</strong>res que passariam a lutar pelo<br />

<strong>do</strong>mínio e pelo governo das almas presas nas muralhas <strong>do</strong> grande império<br />

capitalista – a manada governamental como base lendária de um ideal, a<br />

20<br />

verdadeira escravidão livre em atos!<br />

Para tanto, a intromissão psico-pedagógica maquinalista da<br />

conduta moral laica passou a se confundir com o eterno movimento<br />

modular representativo da independência <strong>do</strong> indivíduo priva<strong>do</strong>, o escravo<br />

perfeito, que fez reluzir as políticas supostamente humanitárias da paz e <strong>do</strong><br />

amor, sen<strong>do</strong> estas, cultuadas pela <strong>do</strong>minação massiva das maquinarias<br />

propaga<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> comunismo, <strong>do</strong> socialismo, da democracia, <strong>do</strong> fascismo,<br />

em suma, de um bem comum que se quer impor a to<strong>do</strong>s, funcionan<strong>do</strong> no<br />

seu plano ideal como bandeira biopolítica de Esta<strong>do</strong>: a ordenação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

governada pelas políticas teleológicas <strong>do</strong> por vir e perecer. Essas<br />

representações ainda hoje lutam para alcançar o bem-estar social, por meio<br />

da governabilidade que se quer voluntária e compartilhada também por<br />

to<strong>do</strong>s, a felicidade da harmonização universal planetária.<br />

Observamos o senti<strong>do</strong> e o valor que representam as políticas <strong>do</strong> por<br />

vir e perecer na sua plenitude de existência produtiva, maquinada nos<br />

mecanismos idealiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s produtivos na economia industrial<br />

espetacular, objetivan<strong>do</strong>-se através da uniformização <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

conecta<strong>do</strong>s respectivamente ao aparato de poder anômico da anti-cultura<br />

caosmológica. Desde então, os velhos mitos mobiliza<strong>do</strong>res de massas são

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