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pelo desejo <strong>do</strong> absolutamente outro – governo de si sobre si mesmo,<br />

chama<strong>do</strong> de transmutação <strong>do</strong>s valores morais, levada a cabo pelo artistafilósofo<br />

que afirma a sua força de vontade radicada no devir, defenden<strong>do</strong> o<br />

tesouro cultural que carrega consigo.<br />

O ethos da resistência artístico-filosófica expressa aqui um ato<br />

político radical que proclama para si um fazer, um agir, mas também um<br />

dizer que se transfigura na ação enunciativa <strong>do</strong> seu campo de força,<br />

constituí<strong>do</strong> por novas relações coletivas, sensíveis, intuitivas, afins e<br />

consistentes. Uma ação a que subjaz um caráter revolucionário de ser, de se<br />

relacionar, destrincha<strong>do</strong> e aciona<strong>do</strong> por uma experimentação ora solitária,<br />

ora coletiva, dan<strong>do</strong>-lhe forma reverberada na criação de um agenciamento<br />

de enunciação de cunho transversal.<br />

A produção de estilos existenciais subjetiva<strong>do</strong>s pelas forças <strong>do</strong><br />

Animus extemporâneo, baseada na individuação micropolítica agenciada<br />

pelos companheiros cria<strong>do</strong>res, enfrenta as forças ditas maiores<br />

provenientes <strong>do</strong>s sistemas de crueldade totalitários e das maquinarias<br />

desejantes fascistas, dispostas no seio da sociedade global. Um ato de<br />

coragem da vontade de criar que, por tomada de consciência de si nesse<br />

jogo estranho, observa com sagacidade as dimensões e a disposição das<br />

forças diagramáticas no campo político para enfrentá-las com uma espécie<br />

de combate criativo, arregimenta<strong>do</strong> pelo pensamento estratégico<br />

subjetiva<strong>do</strong> num estilo de vida diferencial.<br />

São as minorias étnicas, nômades e estrangeiras<br />

desterritorializadas, viven<strong>do</strong> quase sempre nas margens, nos liames, nas<br />

<strong>do</strong>bras realizadas pelo corpo vibrátil, que afirmam a existência mesmo que<br />

inseridas em amplos processos de reterritorialização, inventan<strong>do</strong> as<br />

possibilidades de criação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> e <strong>do</strong> valor da existência.<br />

A Revolta e a Vida<br />

*<br />

A criação, a fecundidade da revolta estão nessa<br />

distorção que representa o estilo e o tom de uma<br />

obra. A arte é uma exigência de impossível a qual se<br />

deu forma. Quan<strong>do</strong> o grito mais dilacerante encontra<br />

a sua linguagem mais firme, a revolta satisfaz a sua<br />

verdadeira exigência, tiran<strong>do</strong> dessa fidelidade a si<br />

mesma uma força de criação. Ainda que isso entre<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 283

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