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Machinapolis e a Caosmologia <strong>do</strong> Ser 286<br />

Por isso, o processo cria<strong>do</strong>r da revolta nega a servidão voluntarista<br />

<strong>do</strong> maquinalismo humano promovi<strong>do</strong> pela ascensão da subcultura nihilista.<br />

Entretanto, este ato ao mesmo tempo crítico e radical não pode ser<br />

considera<strong>do</strong> uma mera ação sem precedentes, sen<strong>do</strong> ele a contra-mola que<br />

resiste ao fascínio representa<strong>do</strong> pelo delírio formal e puramente estético das<br />

utopias <strong>do</strong> porvir e <strong>do</strong> perecer.<br />

Assim, a superação da angústia e <strong>do</strong> desespero pela composição de<br />

um senti<strong>do</strong> e um valor condizentes com os corpos vibráteis, sensíveis e<br />

intuitivos, pode ser agraciada por aqueles companheiros de criação,<br />

destina<strong>do</strong>s, pelo próprio desejo, a constituir um povo de estirpe menor que<br />

dribla a hipocrisia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tecnocrata, disseminada nos campos de<br />

concentração de Machinapolis; para, logo em seguida, emergir através de<br />

uma arte revolucionária redescoberta, pintada, poetizada, musicada,<br />

subjetivada com as multicores da práxis cria<strong>do</strong>ra, mostran<strong>do</strong> a crueldade nua<br />

e crua de nossa época. De fato pensamos uma espécie de arte<br />

experimentotal cuja manifestação micropolítica faz redistribuir os elementos<br />

abstraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> universo físico e sensível, dan<strong>do</strong>-lhes uma unidade<br />

organizativa, um senti<strong>do</strong> e mesmo um referente ético (no senti<strong>do</strong> ao mesmo<br />

tempo estético que lhe dá Foucault e Deleuze) incorpora<strong>do</strong> pela experiência<br />

de vida; a condição desvelada de um composto de regras facultativas que se<br />

anuncia nos atos da existência poética, nascida nos interstícios da guerra<br />

planetária disseminada pelo processo civilizatório futurista que assola a Terra.<br />

A investidura atenta à ratificação <strong>do</strong> ato micropolítico cria<strong>do</strong>r refaz<br />

o mun<strong>do</strong> forjan<strong>do</strong> as possibilidades de se afirmar como força de vida<br />

existente, por meio da produção autopoiética de conteú<strong>do</strong>s artísticos<br />

diferencia<strong>do</strong>s – linguagens, expressões, organizações multifocais, estilos<br />

autênticos cunha<strong>do</strong>s com vigor e perseverança por uma práxis cria<strong>do</strong>ra de<br />

pensamentos talha<strong>do</strong>s no exercício de atualização de novas formas, bem<br />

como de conteú<strong>do</strong>s éticos e estéticos interliga<strong>do</strong>s com o corpo e com a<br />

história; micropolítica vislumbrada pela automodelização <strong>do</strong> ser inseri<strong>do</strong> no<br />

32<br />

caos da natureza viva e cosmológica, artificial e caosmológica .<br />

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