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10 'Caosmose' – Termo usa<strong>do</strong> por Félix Guattari para qualificar a heterogênese ontológica <strong>do</strong> real, “os vaivéns<br />

espera<strong>do</strong>s e as relações polifônicas 'normais' entre os diferentes mo<strong>do</strong>s de passagem ao ser da enunciação<br />

subjetiva [que] têm sua heterogeneidade comprometida pela repetição, pela insistência exclusiva de uma<br />

estase existencial que qualifico de caósmica e que é suscetível de assumir todas as nuanças de uma gama<br />

esquizo-paranóico-maníaco-epileptóide etc...”. Cf. “A caosmose esquizo”, in Caosmose: um novo<br />

paradigma estético. São Paulo: Ed. 34, 1992, p. 100-101.<br />

11 “O espetáculo é a reconstrução material da ilusão religiosa. A técnica espetacular não dissipou as nuvens<br />

religiosas em que os homens haviam coloca<strong>do</strong> suas potencialidades, desligadas deles: ela apenas os ligou a<br />

uma base terrestre”. “À aceitação dócil <strong>do</strong> que existe pode juntar-se a revolta puramente espetacular: isso<br />

mostra que a própria insatisfação tornou-se merca<strong>do</strong>ria, a partir <strong>do</strong> momento em que a abundância<br />

econômica foi capaz de estender sua produção até o tratamento dessa matéria-prima”. Guy Debord, A<br />

sociedade <strong>do</strong> espetáculo, respectivamente, § 20 e § 59.<br />

12 Há textos de Friedrich Nietzsche, escritos entre os anos 1881-1888, em que o filósofo trata o niilismo<br />

como esta<strong>do</strong> fenomênico de desconfiguração psicológica que norteou a civilização européia no século XIX,<br />

logo em seguida estenden<strong>do</strong>-se pelo mun<strong>do</strong>. Uma consciência dita comum a maiorias fez com que esse<br />

'novo' homem perdesse os seus autênticos valores cosmológicos, em prol de um mun<strong>do</strong> regi<strong>do</strong><br />

anonimamente sob o jugo <strong>do</strong> pensamento racional que sistematiza, organiza e propala, além de tu<strong>do</strong>, um<br />

suposto 'bem universal' no aquém Terra; monolitismo este que sentencia um to<strong>do</strong> fragmenta<strong>do</strong> a se unir<br />

artificialmente à implacável lei <strong>do</strong>s homens modernos no habitat terrestre. Ver “Sobre o niilismo e o eterno<br />

retorno”, in Nietzsche – Obras incompletas (Os Pensa<strong>do</strong>res). São Paulo: Abril Cultural, 1974.<br />

13 Ver Friedrich Nietzsche, “O que significam ideais ascéticos?”, in Genealogia da moral: uma polêmica. São<br />

Paulo: Companhia das Letras, 1998.<br />

14 “O perecer se apresenta como um – dirigir-se ao perecimento, como uma seleção instintiva daquilo que<br />

tem que destruir. Sintomas dessa auto destruição <strong>do</strong>s fracassa<strong>do</strong>s: a auto vivisseção, o envenenamento,<br />

embriaguez, romantismo, sobretu<strong>do</strong> a instintiva coerção para ações com as quais tornamos os poderosos em<br />

inimigos de morte (– como que cultivan<strong>do</strong> para si seus próprios carrascos), a vontade de destruição como<br />

vontade de um instinto ainda mais profun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> instinto de auto-destruição, da vontade de nada”. Cf.<br />

Friedrich Nietzsche, “O niilismo europeu”, § 11, in A 'Grande Política' Fragmentos. Introdução, seleção e<br />

tradução de Oswal<strong>do</strong> Giacoia Jr. Clássicos da Filosofia. Campinas: UNICAMP / IFHC, 2005, p. 59.<br />

15 Ao tratar da primeira guerra mundial, Paul Virilio a considera “una primera guerra mundial que, por su<br />

propia universalidad, se convertiría en la primera guerra total de la humanidad contra el hombre, gracias a la<br />

utilización de un arsenal militar-industrial de destrucción de masas, que pronto iba a englobar en un<br />

conjunto científico la física, la biología y la psicología”. Cf. La bomba informática. Madrid: Cátedra, 1999, p.<br />

64-65. – De fato, desde que o capitalismo inicia sua expansão mundial por conta própria, quer dizer, em sua<br />

dinâmica automática, arrasta atrás de si neste movimento vetorialmente centrífugo, uma turbinada<br />

produção de destruição que se vê excretada em decorrência <strong>do</strong> funcionamento de machinaspuras equipadas<br />

por to<strong>do</strong> o campo social formatiza<strong>do</strong>. O ponto de inflexão problemático, com relação aos rumos da civilização<br />

em uma abordagem da guerra pura, encontra-se no fato de que uma tal produção de excedentes energéticos<br />

promova uma derivação histórica-inerte catastrófica. Para um eficaz diagnóstico perspectivo <strong>do</strong> corpo social<br />

que relega, além de tu<strong>do</strong> o mais, efeitos desastrosos desde a elementaridade constituinte da vida coletiva, à<br />

fisiologia da cultura – torna-se imprescindível levar em consideração a complexidade <strong>do</strong>s processos<br />

descodifica<strong>do</strong>res, na produção de uma guerra intermitente, entrópica e totalizante, como bem nos<br />

evidenciam Gilles Deleuze e Félix Guattari: “é a política que se torna continuação da guerra, é a paz que<br />

libera tecnicamente o processo material ilimita<strong>do</strong> da guerra total. A guerra deixa de ser a materialização da<br />

máquina de guerra, é a máquina de guerra que se torna ela mesma guerra materializada”. Sobre detalhes<br />

acerca desta problemática, ver “7000 a. c. – Aparelho de captura”, “A potência”, in Mil platôs: capitalismo e<br />

esquizofrenia, vol. 5, p. 168-170.<br />

16 “To<strong>do</strong>s os investimentos são colectivos, to<strong>do</strong>s os fantasmas são fantasmas de grupo e, neste senti<strong>do</strong>,<br />

afirmação de realidade. Mas os <strong>do</strong>is tipos de investimentos [um segregativo e outro nomádico] são<br />

radicalmente distintos, porque um relaciona-se com as estruturas molares que a si subordinam as moléculas<br />

e o outro, ao contrário, relaciona-se com as multiplicidades moleculares que a si subordinam os fenómenos<br />

estruturais de massa. Um é um investimento de grupo-sujeita<strong>do</strong> tanto na forma de soberania como nas<br />

formações coloniais <strong>do</strong> conjunto gregário, que reprime e recalca o desejo das pessoas; o outro é um<br />

investimento de grupo-sujeito nas multiplicidades transversais em que o desejo é um fenómeno molecular,<br />

isto é, objectos parciais e fluxos, em oposição aos conjuntos e às pessoas”. Gilles Deleuze e Félix Guattari,<br />

“Introdução à esquizo-análise”, in O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, p. 292. – Neste ponto,<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 077

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