16.04.2013 Views

Download do livro - cchla - UFRN

Download do livro - cchla - UFRN

Download do livro - cchla - UFRN

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ao desenvolver as forças produtivas junto ao desenlace <strong>do</strong>s códigos de<br />

fluxos técnicos e científicos, passa a produzir suas máquinas de entropia<br />

32<br />

social como partículas de um implacável motor caosmológico .<br />

Precisamente certas relações fundamentais da vida são alteradas<br />

sensivelmente, dir-se-ia materialmente, com a reconfiguração da natureza<br />

em uma complexa ecologia de síntese artificializante, incrementan<strong>do</strong><br />

com esse mesmo movimento o próprio corpo animal <strong>do</strong> homem com<br />

maquinarias de uma ordem bastante diferenciada daquelas que<br />

constituíram as culturas na mais longa história da espécie humana.<br />

Dir-se-ia que uma transformação radical proveniente muito em<br />

parte da descodificação generalizada <strong>do</strong>s fluxos de códigos culturais veio<br />

modificar as relações polivalentes compostas pela matriz performática<br />

cosmológica, configurada por uma máquina abstrata cósmica com três<br />

corpos inextricavelmente relaciona<strong>do</strong>s, a Terra, o socius e o corpo animal,<br />

o Animus. Consideran<strong>do</strong> esses aspectos, essa suprema transformação<br />

energética que estudamos poderá um dia ser caracterizada como um salto<br />

quântico, capaz de reconfigurar a natureza em uma matriz de<br />

caosmologia performativa.<br />

De fato, o que nos parece problemático nessa entrada <strong>do</strong> processo<br />

maquínico em sua performance caosmológica, é a maneira como o<br />

funcionamento dessas maquinarias provenientes <strong>do</strong> encontro casuístico da<br />

indústria com a ciência resulta em um alto grau de desagregação e<br />

desregulamentação no seio das comunidades, coletividades e sociedades,<br />

assim também como acarreta efeitos danosos às subjetividades imersas em<br />

uma psicogeografia a um só tempo implosiva e explosiva, por meio de um<br />

maquinalismo que se rebaixa no automatismo utilitarista e pseu<strong>do</strong>futurista,<br />

em definitiva <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> materialmente pelo aparato Machinapolis<br />

que se aparta da vida mesma (o que evidencia ainda mais o perigo inerente<br />

à dinâmica Machinapura).<br />

Seja como for, sob uma perspectiva limítrofe, essas produções<br />

aceleradas produzem no ser <strong>do</strong> homem uma alienação tão profunda quanto<br />

a que é fabricada pelo aprisionamento nas redes arquiteturais de disciplina<br />

e controle. Daí o que chamamos de aparelhos arquitetônicos de captura<br />

labiríntica, o ser sempre se encontra em um local fecha<strong>do</strong>, e quan<strong>do</strong> sai de<br />

um, logo adentra em outro claustro, de mo<strong>do</strong> que sempre transita de um<br />

calabouço para outro, de casa para a igreja, da igreja para a fábrica, da<br />

fábrica para o ônibus, ou <strong>do</strong> carro para o shopping, e <strong>do</strong> cinema para os<br />

33<br />

parques estatais de verde consumível ... É como se uma distorcida<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 227

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!