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obriga a to<strong>do</strong> instante a correr para o sol, a sacudir de nós mesmos uma seriedade que se tornou pesada, por<br />

demais pesada”. Friedrich Nietzsche, “Prefácio”, in Crepúsculo <strong>do</strong>s í<strong>do</strong>los ou como filosofar com o martelo.<br />

Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p. 7.<br />

11 O povo menor se expressa através de uma literatura também menor. É sempre uma minoria que está por<br />

trás de uma linguagem, antes de tu<strong>do</strong>, grandiosa intensivamente e modificada por um alto coeficiente de<br />

desterritorialização, em suma, uma escrita que se distingue da mortuária 'consciência nacional' e 'histórica'.<br />

Sen<strong>do</strong> ela qualquer coisa de primitivo em esta<strong>do</strong> selvagem, afasta-se por isso <strong>do</strong> artificialismo consciencioso<br />

estatal, pois advém da criação veiculada por companheiros estrangeiros na própria língua, que tornam<br />

possível uma literatura eminentemente política surgida <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora <strong>do</strong>s campos hegemônicos de poder e<br />

das formas de saber instituí<strong>do</strong>, exprimin<strong>do</strong> pelas vias inventivas de uma linguagem nomádica, um outro tipo<br />

de coletividade, a <strong>do</strong>s amigos cria<strong>do</strong>res. Podemos então caracterizar alguns de seus aspectos, tais como a<br />

ramificação <strong>do</strong> individual no seio <strong>do</strong> imediato-político, como expressão desterritorializada da língua, e a<br />

construção de um agenciamento político de enunciação específico produzi<strong>do</strong> por grupos de ciganos,<br />

nômades e emigra<strong>do</strong>s de todas as espécies – os cosmopolitas sem pátrias. Acerca <strong>do</strong> assunto, recorrer aos<br />

estu<strong>do</strong>s feitos por Gilles Deleuze e Félix Guattari, “O que é uma literatura menor?”, in Kafka: por uma<br />

literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977, p. 25-42.<br />

12 Para detalhes acerca da linguagem poética espacial realizada pelo Teatro da Crueldade, ver Antonin<br />

Artaud, O teatro e seu duplo. São Paulo: Max Limonad, 1984 – onde se lê: “Se o teatro existe para permitir<br />

que o recalca<strong>do</strong> viva, uma espécie de atroz poesia expressa-se através de atos estranhos onde as alterações<br />

<strong>do</strong> fato de viver mostram que a intensidade da vida está intacta e que bastaria dirigi-la melhor”, p. 17.<br />

Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 215

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