Download do livro - cchla - UFRN
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produtivos, vela<strong>do</strong>s pela sempre fértil promessa <strong>do</strong> progresso e da<br />
10<br />
humanização . Ambas são regidas por cálculos, por economias e por<br />
controles estritos de múltiplas dimensões, de espaço, de tempo, de<br />
materialidade organizada, de energia despendida em trabalho mental e<br />
físico. Assim também como ambas se valem de maquinarias e dispositivos<br />
tecnológicos em permanente desenvolvimento, e muitas vezes, utiliza<strong>do</strong>s<br />
numa superposição futurística de paradigmas produtivos, trazen<strong>do</strong><br />
vantagens e desvantagens para a lógica de seu processar.<br />
*<br />
Voltan<strong>do</strong>-nos novamente para os movimentos econômicos<br />
eminentemente integra<strong>do</strong>s a outras dimensões da produção de microracionalidades,<br />
vemos que o forjamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> financeiro, a<br />
proliferação da economia especializada de serviços e a invenção e utilização<br />
de renovadas tecnologias de produção e de comunicação, provocaram<br />
grandes saltos qualitativos em relação às progressivamente caducas<br />
gerações de forças produtivas das revoluções industriais.<br />
A propriedade e os fluxos de capitais se desligaram das unidades de<br />
produção e da gerência tradicional, dan<strong>do</strong> origem a um merca<strong>do</strong> de<br />
simbologias políticas virtuais que determinam o destino de realidades<br />
socioeconômicas concretas. Decisões empresariais, movimentos<br />
econômicos de multinacionais, transações internacionais, podem equivaler<br />
ao produto bruto de países mendigos da economia de merca<strong>do</strong>; podem<br />
também determinar o aumento estrutural <strong>do</strong> desemprego por desativação<br />
de unidades produtivas; podem promover a fome, a especulação e a quebra<br />
acima de qualquer economia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>; e podem, de resto, prover a<br />
indústria militar ou científica de maneira estratégica e globalmente<br />
11<br />
indeterminada .<br />
As tecnologias de reprodução em massa, as revoluções nos<br />
aparelhos de comunicação e a ascensão da cibernética ao posto de ciência<br />
biopolítica, deram velocidade às transações, ao comércio e à propaganda,<br />
possibilitan<strong>do</strong> mais tarde a invenção <strong>do</strong> marketing e de merca<strong>do</strong>s virtuais<br />
em rede. Antes disso, deram fôlego e materialidade organizativa e<br />
informativa para várias gerações de complexos industriais que se instalaram<br />
em setores pré-determina<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de maneira interconectada. O<br />
desenvolvimento <strong>do</strong> urbanismo e das teias de transporte com o impulso da<br />
construção civil e das telecomunicações, imbrica<strong>do</strong> à circulação de<br />
múltiplas inteligências tecnicamente aplicadas, permitiram a concretização<br />
12<br />
da viragem das forças no capitalismo Machinapolis .<br />
Lucas Fortunato | Edson Gonçalves Filho | Lisandro Loreto 175